Governo vê riscos de crise da PM na Bahia se alastrar para 6 estados
O governo federal considera elevado o risco de a greve da Polícia Militar na Bahia se alastrar para mais seis Estados: Rio de Janeiro, Alagoas, Pará, Espírito Santo, Paraná e Rio Grande do Sul. No Rio de Janeiro, a situação é considerada crítica.
De acordo com jornal Folha de S.Paulo, o serviço de inteligência que abastece o Planalto com informações classifica-os de "Estados explosivos". Há temor de que a greve provoque ondas de violência às vésperas do Carnaval daqui a dez dias.
Policiais do Rio de Janeiro decidem nesta quinta-feira (9) se paralisam as atividades assim como na Bahia. PMs do Distrito Federal também realizaram protestos nesta terça (7). O piso dos policiais de Brasília é o maior do país, R$ 4.000. Na Bahia, o piso é de R$ 2.173,87, maior do que a média nacional.
As paralisações seriam uma forma de pressionar o Congresso para votar, ainda neste ano, o segundo turno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), conhecida como PEC 300, que estipula piso salarial para policiais militares, civis e bombeiros.
Reunião sem acordo
As negociações entre representantes do governo e grevistas terminou sem acordo por volta das 18h desta terça (7). Não há previsão de quando ocorrerá uma nova reunião.
O governador Jaques Wagner disse, na manhã desta terça-feira (7), acreditar que esta reunião poderia ser o fim do greve parcial de PMs. "Iniciamos um processo de negociação. Nós fizemos uma proposta que eu considero bastante razoável e é com base nisso que estou fazendo essa aposta", explicou o governador.
O que teria impedido o fim da greve foi a data de pagamento da Gratificação por Atividade Policial (GAP) IV. As associações queriam que o pagamento fosse realizado em 2012, mas o governador diz que só pode começar a pagar a GAP IV a partir de 2013.
Na reunião, houve avanço em três pontos. Ficou decidido que os 12 PMs que tiveram a prisão decretada não irão para presídios federais, aqueles que participaram da greve de forma pacífica não serão punidos, e os policiais que cometeram atos de vandalismo durante a paralisação responderão a processos administrativos.
Agora, as associações vão apresentar à categoria as propostas discutidas na reunião. A Associação de Policiais e Bombeiros do Estado da Bahia (Aspra), que decretou greve por tempo indeterminado em assembleia no último dia 31, não participou da reunião.
Além de Dom Murido Krieger, participaram da reunião o secretário da Casa Civil, Rui Costa, o presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros, o secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório, o comandante geral da PM, coronel Alfredo Castro, e representantes de cinco associações ligadas à PM.
Impasse
“Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha. As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP IV, e eventualmente até da GAP V, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo", afirmou o governador.
Os grevistas recusam a proposta de reajuste oferecida pelo governo de 6,5% reatroativo ao mês de janeiro. Além do aumento salarial, a categoria reivindica o pagamento da GAP IV e V, e a regulamentação do pagamento de auxílio acidente, insalubridade e periculosidade.
Os grevistas também pedem anistia administrativa e revogação das prisões dos 12 líderes do movimento.
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