Senadores do PR rompem com Dilma e vão para a oposição
Os senadores do PR decidiram nesta quarta-feira encerrar as negociações
com o Planalto para indicar o ministro dos Transportes e, imediatamente,
romperam com o governo passando a ser oposição.
O PR tem 7 dos 81 senadores e, desde que a presidente Dilma Rousseff assumiu, no ano pasasdo, votou alinhado com o Planalto.
A crise entre o partido e Dilma começou com a queda de Alfredo
Nascimento no Ministério dos Transportes, em julho passado. A presidente
decidiu manter o secretário-executivo, Paulo Passos, na titularidade da
pasta e delegou à ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) a
negociação com o PR sobre a indicação de um novo nome do partido.
Durante este período de negociações, o líder do PR, senador Blairo Maggi
(MT), reuniu-se dezenas de vezes nos últimos meses com Dilma e Ideli
para tentar buscar entendimento. Chegou a ser convidado para o cargo,
mas não aceitou.
"Fui lá [Palácio do Planalto] hoje. Não tinha definição. Eu não quero
mais negociar porque o negócio não desenvolve. Então. resolvemos que
estamos fora da discussão [senadores do PR] e isso significa que estamos
na oposição", disse Blairo no fim da tarde desta quarta-feira.
Segundo Blairo, se Dilma entregar a pasta a um nome apoiado pelo partido, os senadores voltam à base aliada.
"Quando o governo entender que o PR é importante para a governabilidade, que nos procure."
CÂMARA
O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), disse que a bancada de 43
deputados se manterá independente e não seguirá a decisão dos senadores
do partido de migrarem para a oposição.
Portela disse que caberá à presidente Dilma Rousseff decidir se tirará
do partido cargos no governo. Apesar de o PR dizer que Paulo Passos não
representa o partido no comando do Ministério dos Transportes, ele foi
indicado pelo PR como secretário-executivo de Alfredo Nascimento.
"Nossas questões com o governo não passam pelos cargos, mas pela necessidade de diálogo", disse Portela.
BASE ALIADA
A saída do PR, primeiro do governo e, agora, da linha independente que
vinha seguindo desde a queda de Nascimento, piora a situação de Dilma no
Congresso. A presidente enfrenta descontentamentos generalizados nas
bancadas aliadas.
O rompimento do PR com Dilma acontece um dia após o governo oficializar a
troca dos líderes da Câmara e do Senado. Arlindo Chinaglia (PT-SP)
assumiu a liderança na Câmara no lugar de Cândido Vaccarezza (PT-SP) e,
no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) entrou no lugar de Romero Jucá
(PMDB-RR).
As trocas ocorreram após uma rebelião na base aliada no Senado, na
semana passada, quando os senadores rejeitaram o nome de Bernardo
Figueiredo para diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes
Terrestres), indicação pessoal de Dilma.
Oficialmente, o Planalto argumenta que a mudança dos líderes foram
motivadas por um sistema de rodízio que a presidente quer implementar.
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