Cidade sem prefeito no ES já enfrenta sinais de crise na administração
Sem prefeito desde que foi alvo de operação da Polícia Federal na semana passada, o município de Presidente Kennedy (ES) enfrenta problemas e sinais de crise em setores da administração.
Carros de emergência em saúde, por exemplo, estão sem combustível --e não há quem autorize as compras.
Caminhões-pipa que levam água para localidades próximas também registram
estoques baixos de combustível. O pagamento do funcionalismo ameaça
atrasar.
A cidade está sem comando desde a prisão, no último dia 19, do prefeito
Reginaldo Quinta (PTB) na operação Lee Oswald --batizada em alusão ao
assassino de John Kennedy (1917-1963), presidente dos EUA que dá nome à
cidade.
Segundo a PF, Quinta é suspeito de fraudes em licitações e de desvios até R$ 50 milhões da prefeitura.
O impasse na administração ocorre porque as autoridades na linha de
sucessão têm pendências jurídicas ou estão impossibilitadas de assumir
por outros motivos.
Em primeiro lugar na lista de sucessão, o vice-prefeito Edson Nogueira
(PSD) chegou a ser empossado após a operação, mas acabou sem o cargo. No
mesmo dia em que tomou posse, Justiça suspendeu liminar que o favorecia
e confirmou a cassação que sofrera em 2011.
Quem deveria assumir era o presidente da Câmara Municipal ou algum
integrante da Mesa Diretora da Casa. Todos, porém, foram afastados pela
Justiça após a operação sob suspeita de omissão em relação às supostas
fraudes.
O juiz da comarca local não pôde assumir por ter pedido o afastamento do
vice-prefeito ao suspender a liminar que o mantinha no posto. Segundo o
governo do Estado, isso implicaria em um conflito de interesses.
Diante do impasse, o Ministério Público enviou pedido ao Tribunal de
Justiça do Espírito Santo para que o governo nomeie um interventor para a
cidade até janeiro. Mas até a noite desta terça-feira (24), não havia
previsão de análise do pedido pelo tribunal.
Caso a ideia de um interventor seja aprovada, a decisão será do
governador Renato Casagrande (PSB). Ainda sem nomes, ele diz defender a
escolha de alguém com perfil mais "técnico", não vinculado a partidos,
para que não haja influência nas eleições municipais.
As investigações da PF começaram há seis meses e causaram a prisão de 18
pessoas. Entre elas estão o procurador-geral do município e outros seis
secretários, de acordo com a prefeitura.
Apesar da falta de comando, a prefeitura diz que todas as secretarias
estão funcionando normalmente e que pretende resolver o problema da
falta de combustíveis em breve.
Informações Folha.com
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