Comentário: Bomba explode no colo de Wagner
Foto: Agência Brasil
A
demarcação das terras indígenas do sul da Bahia vem de 1938, embora
nunca reconhecida. Governos baianos, já na segunda metade do século 20,
distribuíram títulos de propriedade de terras a posseiros e a
fazendeiros. Em torno das fazendas, surgiram alguns municípios, dentre
eles Pau Brasil e Camacan. Gerou-se um contencioso com os indígenas e
daí ao conflito foi apenas questão de tempo. O Estado se posicionou
pelos fazendeiros em diversas ocasiões. Ontem, O Supremo Tribunal
Federal, por sete votos contra um,
definiu a querela que se iniciou em 1982, proposta pela Funai, e deu
ganho de causas aos índios. Os fazendeiros terão que deixar o local onde
ficam 186 fazendas em uma extensão de 54 mil hectares. Terão que ser
indenizados pelo governo estadual, que, ao que consta, não tem dinheiro
para isso. Há tensão na área e expectativa de um conflito entre índios
Pataxó Hã Hã Hãe que não está fora de contexto. Os dois lados estão
fortemente armados. É uma situação que pode sair do controle e mais um
grave problema para o governo estadual. O governador Jaques Wagner está
em maré de azar. Se não bastasse a seca que flagela todo o semiárido
baiano, disseminando a miséria que já se abate em uma região onde
habitam cerca de seis milhões de baianos, boa parte deles abaixo da
linha de pobreza absoluta; se não bastasse o atraso das obras federais
na Bahia, como a Fiol; a queda de arrecadação do Estado e o seu
empobrecimento; as greves que se sequenciam em um processo que assusta
gerando desconforto para o público em geral; agora Wagner tem no colo
uma bomba de alto poder explosivo. Como e o que fazer? A decisão do STF
impôs uma derrota ao Estado. Como o governador é ele e os fazendeiros
terão que sair da área, vê-se diante de problemas que se somam em
vertigem. A ação julgada foi iniciada há 30 anos e a decisão do Supremo
não surpreende. Com o reconhecimento de que a área é uma reserva
indígena, a Corte decidiu como o fez na região Norte, determinando a
retirada dos arrozeiros de uma extensa área reconhecida como reserva dos
índios conhecida como Raposa Serra do Sol. O mandato do governador
Wagner, cercado por problemas de difícil solução, tornou-se amargo.
Enfrenta, ao mesmo tempo, o caso dos índios e fazendeiros de Pau Brasil e
a seca do semiárido. As próximas horas, e dias, serão cruciais para
ele. Vai pagar (como, não se sabe) por um problema que surgiu na
primeira metade do século 20 quando as terras da região foram demarcadas
para os índios e por um processo iniciado há 30 anos. As concessões de
títulos de propriedades aos fazendeiros foram feitas por diversos
governadores. Paga o preço quem está no cargo. É a bomba que está em seu
colo com o pavio aceso.
Fonte Bahia noticias
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