Professores em greve vendem frutas e verduras em protesto em Salvador
Em greve pelo 23º dia, os professores da rede estadual de ensino se mobilizaram nesta quinta-feira (3), na Praça da Piedade, em Salvador. A Feira da Sobrevivência, como a ação foi batizada pelos professores, reuniu mais de mil pessoas, segundo informações de Rui Oliveira, coordenador do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Bahia (APLB).
Quinze barracas foram montadas para a comercialização de frutas, legumes e verduras, doados por feirantes de São Joaquim. Em assembleia realizada na quarta-feira (2), os professores decidiram manter o movimento grevista.
Um novo encontro da categoria está previsto para segunda-feira (7). Antes, no domingo (6), os professores distribuirão uma carta à comunidade nas proximidades do estádio de Pituaçu, onde será realizado o clássico do futebol baiano BAVI.
Os professores querem reajuste de 22,22% no piso nacional. Eles alegam que o governo fez acordo com a categoria que garantia os valores do piso nacional, ocorrido em novembro do ano passado, e depois ignorou, mandando para a Assembleia um projeto de lei com valores menores. No dia 25 de abril, os deputados aprovaram o projeto enviado pelo executivo que garante o piso nacional a mais de cinco mil professores de nível médio.
A greve já foi considerada ilegal pela Justiça e o governo já disse que vai cortar o ponto dos grevistas, caso eles não voltem ao serviço. O departamento jurídico do sindicato da categoria (APLB) deu entrada em uma ação com pedido de liminar à Justiça na tentativa de derrubar a ordem que impõe multa diária de R$ 50 mil até encerramento da greve. Segundo o presidente do sindicato da categoria, Rui Oliveira, se houver corte dos salários, os professores não vão repor as aulas perdidas durante a paralisação. O Ministério Público fez uma reunião no dia 24 de abril e se colocou à disposição para mediar o impasse entre a categoria e o governo.Para o presidente da Assembleia Legislativa, Marcelo Nilo, o orçamento do estado não permite que seja cumprido o aumento exigido. "O estado não suporta no orçamento reajuste de 22,22%. O orçamento do estado também é para fazer escolas, fazer postos de saúde, poços artesianos, recuperar estradas. Não pode ser apenas para os servidores", afirma. Já o deputado Paulo Azi (DEM-BA) avalia que a postura de negar o reajuste pode ocasionar a radicalização do movimento.
Fonte G1-Ba
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