PF volta a prender acusados de integrar grupo de Cachoeira
A Polícia Federal (PF) voltou a prender, neste sábado (30) pela
manhã, acusados de integrar a quadrilha do contraventor Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que tinham sido libertados há cerca de
duas semanas por decisão do desembargador Tourinho Neto, do Tribunal
Regional Federal da 1.ª Região, em Brasília.
De acordo com a PF, o próprio TRF-1 revogou o relaxamento de
prisão de cinco acusados que haviam sido beneficiados por habeas corpus.
Entre os presos, estão o ex-presidente da Câmara de Vereadores de
Goiânia Wladimir Garcez, apontado pela PF como o braço político do
contraventor; Lenine Araújo de Souza, que desempenharia a função de
contador da organização criminosa; e Gleyb Ferreira da Cruz, tido como
auxiliar de Cachoeira.
Um policial chegou a dizer que, entre os detidos, estaria o
ex-sargento da Aeronáutica Idalberto de Matias Araújo, o Dadá, mas a PF
não confirmou a informação. Dadá é apontado como araponga da organização
criminosa. Algumas das prisões foram realizadas em Goiás. A PF não
informou os motivos da revogação dos habeas corpus.
Na última quinta-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF)
Joaquim Barbosa negou, o pedido de habeas corpus impetrado ontem pela
defesa do contraventor Carlos Cachoeira. O pedido foi feito contra
liminar do ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ),
que suspendeu os efeitos da decisão do desembargador federal Tourinho
Neto, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), favorável à
soltura de Cachoeira.
Embora a decisão de Tourinho Neto não tenha surtido efeitos práticos,
pois havia outro pedido de prisão contra Cachoeira, seus advogados
pretendiam cassar a decisão do ministro do STJ para restabelecer os
efeitos da liminar concedida por Tourinho Neto.
O ministro Joaquim Barbosa afirmou que a prisão preventiva de
Cachoeira baseia-se em circunstâncias fáticas e condições pessoais que o
diferenciam dos demais corréus, não havendo similitude entre a situação
dos integrantes da organização a ponto de justificar a extensão dos
efeitos da decisão que beneficiou Queiroga Neto, acusado de pertencer ao
grupo de Cachoeira, que foi preso na mesma operação em que o
contraventor, mas obteve habeas corpus.
No pedido extensão a Cachoeira da liminar que beneficiou Queiroga
eto, o ministro Joaquim Barbosa acrescentou que o benefício visa
assegurar isonomia entre os indivíduos que, acusados da prática dos
mesmos crimes, se encontrem em situação jurídica, mas este não é o caso
dos autos.
Fonte: O Globo
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