STF nega pedido de Démostenes para suspender ação no Conselho de Ética
O senador Demóstenes Torres (sem partido-GO),
no Conselho de Ética (Foto: Wilson Dias/ABr)
no Conselho de Ética (Foto: Wilson Dias/ABr)
Menos de 24 horas após o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) apelar ao Supremo Tribunal Federal (STF)
na tentativa de suspender o processo disciplinar contra ele no Conselho
de Ética do Senado, a ministra Cármen Lúcia negou o pedido.
Em seu despacho de 13 páginas, a magistrada indeferiu o pedido de
liminar do senador goiano, argumentando que se trata de assunto interno
do Congresso, não cabendo interferência do Judiciário. Na avaliação de Cármen Lúcia, não ocorreu “ofensa” ao direito de defesa do parlamentar, como alegava a defesa de Demóstenes.
“Tratando item controverso derivado de interpretação de normas
regimentais, sem a demonstração clara e objetiva de ofensa a direito
subjetivo, está-se diante de matéria configuradora de ato interna
corporis, imune ao controle judicial”, afirmou a ministra no documento.
Suspeito de ter usado o mandato para favorecer a organização do
bicheiro Carlinhos Cachoeira, Demóstenes ingressou nesta quinta-feira
(14) com um pedido de liminar no STF requisitando a interrupção do
processo no Senado até que o mérito do mandado de segurança fosse
analisado pelo tribunal.
Além de pedir a suspensão da ação, os advogados do senador solicitavam
que a Corte autorizasse a perícia técnica nas provas usadas para embasar
o processo disciplinar. A defesa também havia requisitado que a sessão
desta quarta (13) do Conselho de Ética, que negou o pedido de análise,
fosse anulada e os prazos para as alegações finais no processo, que
expiram nesta sexta-feira (15), fossem reconsiderados.
O advogado de Demóstenes, Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay,
havia argumentado ao Supremo que seu cliente estaria “se defrontando com
patente constrangimento ilegal” por parte da presidência do Conselho de
Ética e da mesa diretora do Senado.
Kakay chegou a reclamar no mandado de segurança de uma suposta
resistência do relator do processo no Conselho de Ética, senador
Humberto Costa (PT-PE).
“O senador relator [Humberto Costa], ao que parece, não pretende “levar
em consideração qualquer consideração defensiva que será aposta em
alegações finais”, escreveu o advogado.
Ao negar a liminar, Cármen Lúcia disse não enxergar fundamentos para a acusação da defesa de Demóstenes.
“O argumento apresenta mero exercício de futurologia [parece... não
pretende... que será posta...], imprestável para fundamentar
requerimento de liminar em mandado de segurança em face da carência do
relevo jurídico da exposição”, questionou Cármen Lúcia.
O relator do processo que investiga Demóstenes no
Conselho de Ética deve apresentar o relatório final do caso na próxima
semana. O parecer vai indicar qual penalidade poderá ser aplicada ao
parlamentar - desde a censura à perda do mandato.
Fonte G1
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