Conde: Candidato renuncia, elege esposa e diz a jornal que cidade terá dois prefeitos
Se depender dos planos do ex-prefeito e ex-candidato à
prefeitura de Conde, no litoral norte da Bahia, a cidade deverá
experimentar uma situação atípica, a partir de janeiro do próximo ano, e
ser administrada por dois prefeitos. “O prefeito de fato sou eu", disse
Paulo de Oliveira, o Paulo Madeirol (PSD), ao jornal Folha de S. Paulo,
que publicou reportagem
sobre o assunto na edição da última sexta-feira (12). Dono de uma loja
de materiais de construção, a Madeirol, o gestor é considerado ficha
suja pela Justiça Eleitoral e renunciou à candidatura na antevéspera da
eleição. Ele foi substituído pela mulher, Marly Leal de Oliveira, a
Marly Madeirol (PTN), eleita com 6.683 votos (53,68%). "Pela primeira
vez Conde vai ter dois prefeitos, um homem e uma mulher", declarou ao
jornal paulista Paulo Madeirol, que já
governou Conde entre 2001 e 2008. Antes de procurar o candidato do PSD,
os repórteres da Folha contataram a prefeita eleita, “mas ela orientou a
reportagem a procurar o marido”. Segundo o periódico, dos 68 candidatos
apontados como fichas sujas pela Justiça, Madeirol foi um dos 33
políticos que conseguiram eleger parentes após adotar a mesma manobra:
renunciar à candidatura e ser substituído por alguém da família.
O petista Zironaldo Barros, que recebeu 3.764 votos (30,24%)
para a prefeitura de Conde, disse ao Bahia Notícias que o postulante do
PSD formalizou a renúncia no Cartório Eleitoral da 21ª Zona de Esplanada
no final da tarde de sexta-feira (5) e “não deu ampla divulgação do
fato, como exige a legislação”. Segundo ele, Madeirol chegou a
encaminhar uma “carta” para a Rádio Conde FM 87,9 – de propriedade de
Zironaldo –, mas aliados políticos
teriam enviado dois carros de som à porta da emissora “para impedir” que
o locutor “pudesse ler a carta”. Ainda de acordo com Zironaldo, que é
advogado, Madeirol cometeu outras infrações: “não retirou nem os
cartazes nem as placas do 55 (número do PSD), o que o juiz mandou fazer”
e “pagou entre R$ 200 e R$ 300 para cada eleitor emprestar o título”,
que, segundo Zironaldo, teria sido devolvido “um dia depois da eleição”.
Ao ressaltar o “conjunto de ilegalidades” supostamente cometidas por
Paulo Madeirol, Zironaldo defende a tese de que ele é quem deve assumir o
comando da cidade em janeiro de 2013. De acordo com a assessoria de
comunicação do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA),
candidaturas dos que substituíram postulantes a prefeito ou
vice-prefeito às vésperas da eleição – coligações têm até 24 horas antes
do pleito para fazer a substituição –
são submetidas ao mesmo trâmite que qualquer candidatura, ou seja,
podem ser indeferidas pela Justiça Eleitoral. Caso isso aconteça com a
prefeita eleita Marly Madeirol, conforme explicou ao BN a assessoria do TRE-BA, o
segundo colocado assume a prefeitura. Procurado pelo Bahia Notícias,
Paulo Madeirol disse que “ele [o repórter] falou coisas além do que eu
disse”, ao se referir a um jornalista da Folha. Questionado sobre o que
ele mesmo teria declarado ao jornal, o ex-candidato do PSD afirmou em
tom veemente: “não vou falar com vocês não, porque vocês só escrevem o
que interessa a vocês”. Em seguida, desligou a ligação sem avisar que o
faria.
(Fonte Bahia noticias)
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