TCU quer ser gestor de obras, diz ministro
Foto: Edsom Leite/ MT/ Bahia Notícias
Há
um mês e meio no cargo, o ministro dos Transportes, César Borges, não
esconde sua perplexidade com os obstáculos que o governo enfrenta para
tocar seus projetos. "No passado, não se tinha dinheiro para gastar em
infraestrutura", comentou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.
"Agora, tem recursos, mas não conseguimos gastar." Entre os elementos
que atrasam as obras, ele atacou principalmente o Tribunal de Contas da
União (TCU). "O TCU a cada dia passa de órgão fiscalizador para gestor
de obras", afirmou. "Ele não apenas se contenta em acompanhar os preços,
a melhor utilização do recurso público." Borges informou que o tribunal
às vezes solicita informações e questiona pontos que deveriam ser
decisão do responsável pela obra. Ele citou como exemplo um corte no
solo para a construção de uma estrada. "Tem de fazer uma sondagem que
vai até o leito da estrada; se tiver dez metros de rocha, eu tenho de ir
até lá embaixo", explicou. "Mas por que ir até o leito? Às vezes, basta
ir até o impenetrável, que é a rocha." Para Borges, esse tipo de
decisão deveria ser do gestor, e não do tribunal. "O gestor da obra é o
gestor da obra, o órgão público, e aí ele assume a responsabilidade",
afirmou. "Mas, se o tribunal quer fazer gestão de obra, complica um
pouco."
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