Plano de prefeitura e vereadores aumentará preço do Minha Casa, Minha Vida, revela Edvaldo Brito
Especialista
em Direito Tributário, o vereador Edvaldo Brito (PTB) – autor da emenda
que pretendia impedir a cobrança de 5% de Imposto Sobre Serviços de
Qualquer Natureza (ISS) sobre as incorporações imobiliárias –, revelou,
em entrevista ao Bahia Notícias, que a derrubada da medida
pela Câmara Municipal de Salvador afetará diretamente o bolso dos
beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida na cidade. De acordo
com o petebista, a manutenção do texto original da reforma tributária –
enviado à Casa pelo secretário municipal da Fazenda Mauro Ricardo Costa,
com o aval inicial do prefeito ACM Neto (DEM) – vai de encontro às
recentes ações adotadas pela presidente Dilma Rousseff – que, com a
Medida Provisória 601-a, de 2012, reduziu a taxa de incorporações de 6%
para 4% do percentual da alíquota da receita mensal recebida e não sobre
o movimento econômico, como proposto na capital baiana – a fim de
desonerar e estimular o setor, para gerar emprego e renda, ampliar o
consumo e conter a inflação. "Os vereadores que derrubaram a emenda estão contra o prefeito
e estão contra Dilma Rousseff, mas estão efetivamente contra os
beneficiários do Minha Casa, Minha Vida e contra aqueles que adquirem
imóveis", decifrou Edvaldo, que tinha apresentado a emenda por
solicitação do próprio ACM Neto, após encontros com o gestor e
representantes da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado
Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), que, em sua avaliação, repassará a
criação do imposto ao consumidor. "Não há preço que não reflita custo. O
empresário vai somar os 5% de ISS às operações que ele realiza com o
adquirente de imóveis", alertou.
Para o tributarista-legislador, o argumento dos colegas de Legislativo liderados pelo seu ex-aluno na Faculdade de Direito, Carlos Muniz
– de que o Município deixaria de arrecadar cerca de R$ 60 milhões sem a
contribuição –, é "mentiroso", assim como metade das quatro premissas
do projeto: não criar tributos; não ampliar alíquotas; reduzir a carga
tributária e gerar desburocratização. "A primeira e a terceira eram
mentiras. Estavam aumentando a tributação para uma lista de
profissionais, o que foi reconsiderado, mas o ISS nunca tinha sido pago
pelas incorporadoras, e estavam cobrando 5%. Logo, desmente-se a
existência de perda de receita, porque, se não existia receita, como é
que se perde? Jamais eu defenderia uma causa que desse um resultado
dantesco como esse, de a cidade deixar de arrecadar R$ 60 milhões",
avaliou o professor.
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