Base de Alckmin também balança após protestos
A
queda de 14 pontos porcentuais em três semanas no índice de aprovação
do governador Geraldo Alckmin (PSDB) tirou os tucanos paulistas da zona
de conforto. Acuado pelas manifestações que colocaram em xeque a classe
política, o PSDB busca um discurso eleitoral incisivo para a disputa do
ano que vem para o Palácio dos Bandeirantes, ao mesmo tempo em que tenta
evitar fissuras em sua base aliada. Nesse ponto, o que mais preocupa é a
posição do PRB. O partido do ex-deputado Celso Russomanno selou em maio
um acordo com os tucanos e prometeu tirar sua maior estrela da disputa
pelo governo em 2014. Com isso, ficaria mais difícil a realização de um
segundo turno. Depois das manifestações, o PRB começou a repensar a
estratégia ao concluir que Russomanno podia, como disse um dirigente do
partido, "capitalizar a voz das ruas". Além da costura partidária, o
PSDB está em busca de bandeiras para a disputa. A avaliação dos tucanos é
que a tradicional campanha focada na realização de obras não surtirá o
mesmo efeito. Enquanto o governo federal é cobrado até por aliados, como
o PMDB, a reduzir o número de ministérios, o governador é cobrado por
todos os lados a promover reforma administrativa que reduza
drasticamente o tamanho da máquina, hoje com 26 secretarias, 16
fundações e 23 autarquias. Dirigentes partidários, parlamentares e
secretários tucanos ouvidos avaliam que as medidas tomadas até agora -
após as manifestações - são insuficientes. O temor é que a campanha pela
reeleição perca o discurso da austeridade para o PT caso a presidente
Dilma Rousseff aproveite sua anunciada reforma ministerial para reduzir o
número de pastas na Esplanada dos Ministérios. Na semana passada,
Alckmin acabou com a Secretaria de Desenvolvimento Metropolitano e
transferiu suas atribuições para a Casa Civil. Além disso, vendeu um
helicóptero e uma frota de carros para compensar o recuo no aumento das
tarifas de metrô e trem. "No caso de São Paulo, ele (Alckmin) pode mexer
mais na administração pública. Há espaço e é possível fazer isso. Eu
mesmo já lhe sugeri que pode restringir o número de secretarias", diz o
ex-governador Alberto Goldman, vice-presidente nacional do PSDB.
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