Dilma refuta entregar ministérios de ?porteira fechada?
Pressionada a fazer uma reforma na equipe para garantir a governabilidade, a presidente Dilma Rousseff avisou ao PT e ao PMDB que não entregará ministérios com "porteira fechada" a nenhum partido da base aliada e disse não ter pressa para mudanças na equipe. A fórmula que permite a ocupação linear de todos os cargos de um ministério pela mesma legenda foi sugerida a Dilma como forma de compensar eventual
corte de pastas, em resposta aos protestos de rua, mas ela não deu chance para a cobrança.
"Se
forem essas as concessões, não vou fazer. Podem tirar o cavalinho da
chuva", disse Dilma durante reunião com 22 deputados que compõem a
coordenação da bancada do PT na Câmara, na sexta-feira, 5.
Inconformada com as críticas
à articulação política do governo, a ministra-chefe da Casa Civil,
Gleisi Hoffmann, fez um desabafo a um colega, logo após a reunião. "Esse
pessoal critica a articulação política do governo, mas vive deixando um
currículo e um pedido de cargo na minha mesa. Eu não faço esse tipo de
articulação política."
A redução do número de ministérios -
hoje em 39 - foi proposta a Dilma por congressistas e dirigentes do PT e
do PMDB, nos últimos dias, por ser considerada uma medida de marketing
para adoçar a opinião pública.
O PMDB do vice Michel Temer
reclama de estar sub-representado na Esplanada, com seis ministérios -
Minas e Energia, Agricultura, Previdência, Turismo, Aviação Civil e Defesa - enquanto o PT controla 18.
Mesmo
assim, em conversas reservadas, peemedebistas dizem que aceitam trocar
ministérios menos robustos por diretorias da Petrobrás, de Furnas e da
Eletrobrás. Querem, ainda, autonomia para nomear seus indicados "de cima
até embaixo" nas pastas que comandam.
Dilma, porém, se recusa
tanto a cortar ministérios, nesse momento, como a conceder o que no
jargão político se chama de "porteira fechada", incluindo as diretorias
de estatais. Até agora, ela prefere insistir no plebiscito sobre a
reforma política para reverter o desgaste a investir na redução do
tamanho da máquina pública.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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