Mercosul convoca seus embaixadores nos países europeus
A 45ª Cúpula do Mercosul terminou hoje (12) com a adesão de
um novo membro, a Bolívia, e três duras declarações: todas elas políticas e
relacionadas ao escândalo de espionagem, desencadeado pelas revelações Edward
Snowden, ex-funcionário de uma empresa que prestava serviço para a Agência
Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA).
O Brasil, a Argentina, o Uruguai, a Venezuela e Bolívia
convocaram para consulta seus embaixadores nos quatro países europeus que
proibiram o avião do presidente boliviano Evo Morales de sobrevoar seus
territórios, no último dia 2 de julho. Havia a suspeita infundada de que
Snowden estava a bordo do avião presidencial.
O americano, que está há quase três semanas no setor de
trânsito do Aeroporto Internacional de Moscou, é procurado pela Justiça
norte-americana, desde que revelou à imprensa que o governo dos EUA monitora
telefonemas e e-mails de cidadãos comuns, empresas e funcionários
públicos de vários países – inclusive do próprio Estados Unidos. Quando Evo
Morales visitou a Rússia, surgiram rumores de que ele estava transportando
Snowden para a Bolívia. Portugal, a Espanha, Itália e França proibiram o avião
do presidente de sobrevoar seus territórios, que teve que fazer um pouso não
programado na Áustria, onde permaneceu durante13 horas.
“Mesmo que ele [Snowden] estivesse dentro do avião, não se
podia fazer isso. Violar tratados internacionais jamais foi feito antes em
tempos de paz”, disse a presidenta Dilma Rousseff, em entrevista à imprensa,
após o encontro com os presidentes do Mercosul. Convocar embaixadores “para
consultas”, na linguagem diplomática, é uma forma de manifestar um profundo
mal-estar. Os presidentes do Mercosul também pediram explicações dos
embaixadores europeus em seus países, além de exigir desculpas públicas.
As revelações de Snowden foram motivo de outra declaração
dura, que não só condena os atos de espionagem como pede à Organização das
Nações Unidas que adote normas para impedir que um país viole a soberania de
outro e a privacidade de seus cidadãos. “É necessário que haja uma discussão
sobre segurança”, disse Dilma, na entrevista. “Eu sou amplamente favorável e
defendo com unhas e dentes as redes sociais como conquistas para a liberdade de
expressão e a democratização de todas as posições. O Estado não pode usar isso
para ser o grande irmão que fiscaliza tudo, que vê tudo e que inibe as
pessoas”, disse.
Fonte Jornal do Brasil
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