MP pede o fim da Telexfree e diz que bloqueio do dinheiro da empresa protege divulgadores
O Ministério Público do Acre afirma que assim que os
pagamentos aos divulgadores da Telexfree foram bloqueados pela Justiça
do estado, os responsáveis tentaram desviar R$ 101 milhões de contas da
empresa. Segundo o MP, a melhor forma de proteger os consumidores é
mantendo as contas bloqueadas. A Promotoria quer ainda multar a
Telexfree em R$ 7 milhões e propor sua extinção. A informação é do
portal iG.
A devolução do dinheiro dos divulgadores da
Telexfree é um dos objetivos da ação civil pública apresentada pelo
MP-AC ao Tribunal de Justiça do Acre. O bloqueio foi pedido como forma
de evitar vazamentos.
“Quando a juíza determinou o bloqueio dos recursos,
24 horas depois eles (responsáveis pela empresa) conseguiram entrar numa
conta e desviar R$ 40 milhões para uma outra conta que não era da
Telexfree. Outros R$ 48 milhões foram para outra conta”, diz a
promotora Alessandra Marques, uma das responsáveis pelo inquérito contra
a empresa. Os recursos foram recuperados.
O pedido feito pelo MP junto ao TJ mostra que estes
valores são ainda maiores. As transferências tentadas chegavam a R$ 51,7
milhões e R$ 50 milhões, segundo decisão publicada no Diário de Justiça
do Acre no dia 26 de junho.
Os promotores pedem, no total, bloqueio de R$ 6 bilhões.
A Telexfree sempre negou as irregularidades e ser um esquema de pirâmide financeira, mas não comentou as novas acusações.
Julgamento
Um novo julgamento está marcado para a segunda-feira (8) na 2ª Câmara Cível do TJ para analisar o segundo recurso da empresa contra a decisão - o primeiro foi negado no último dia 24.
Um novo julgamento está marcado para a segunda-feira (8) na 2ª Câmara Cível do TJ para analisar o segundo recurso da empresa contra a decisão - o primeiro foi negado no último dia 24.
"Se cair a nossa liminar, aí só (haverá novo
bloqueio) depois do julgamento do mérito da ação, quando não vai ter
mais nenhum centavo. Em 24 horas, eles desviaram quase R$ 100 milhões”
afirma Alessandra. “ A segurança para os consumidores investidores é
que o dinheiro permaneça tutelado pelo Judiciário", acredita.
Segundo o iG, a pressão para o TJ derrubar a liminar
é grande. Além das ameaças de morte à juíza Thaís Khalil, que a
concedeu, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que não tem poder para
interferir no assunto a menos que seja provada irregularidade na conduta
da magistrada, recebeu mais de 18 mil mensagens a favor da Telexfree.
Até mesmo a Assembleia Legislativa do Acre tenta
intervir no assunto. Na terça, uma sessão da AL foi interrompida para
receber um grupo de divulgadores da Telexfree. O deputado Helder Paiva
(PR) quer que o TJ receba, em caráter de "urgência", uma comissão de
parlamentares. "Talvez alguém não esteja compreendendo quando eu disse
peça, porque nós não podemos mandar (Na Justiça, mas) os que são
juristas compreendem”, disse o deputado Paiva, em vídeo disponibilizado
pela TV da Assembleia. "E eu tenho certeza que esse pleito será
atendido e que, daqui a alguns dias eu e tantos outros estaremos
fazendo parte desse projeto", diz ainda.
A promotoria pede ainda multa de R$ 7 milhões à
Telexfree, valor que seria encaminhado ao Fundo Estadual de Direitos
Difusos. A promotora Alessandra quer ainda propor a extinção da empresa
para, dessa maneira, utilizar os bens dos sócios para ressarcir os
divulgadores, caso as verbas em nome da Telexfree não sejam suficientes
para isso.
“O interessante é buscar o patrimônio deles porque
sabemos da dificuldade de ressarcir todos que investiram”, afirma. Caso o
pedido de devolução seja aceito, os consumidores que puderem provar que
investiram dinheiro na Telexfree, deverão entrar na Justiça dos seus
estados com ações tendo como base a decisão do Acre.
Fonte Correio
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