Inscritos recusaram todas as 700 cidades sem médicos, diz Ideli
A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou nesta
segunda-feira (5) que nenhum dos candidatos ao programa Mais Médicos, do
governo federal, optou por trabalhar em algum dos cerca de 700
municípios que não possuem qualquer médico na rede pública de saúde.
Após reunião com a presidente Dilma Rousseff e parlamentares da base
aliada, Ideli antecipou dados que serão divulgados nesta terça (6) pelo
Ministério da Saúde.
“Talvez a prova mais inequívoca de que este é um programa absolutamente
necessário é que, dos locais escolhidos pelos médicos brasileiros, não
houve nenhuma escolha dos 700 municípios onde não temos nenhum médico”,
disse.
Terminou às 16h do último sábado o prazo para que os 1.753
profissionais selecionados pelo Ministério da Saúde para o primeiro
ciclo de inscrições do programa Mais Médicos confirmassem se aceitam ir
para o município a que foram designados pelo governo federal para
trabalhar durante os três anos de contrato.
Os que confirmaram serão enviados a municípios do interior do país e de
periferias de grandes centros urbanos, com salários de R$ 10 mil. O
resultado da inscrição será anunciado nesta terça pelo ministro da
Saúde, Alexandre Padilha.
Segundo Ideli Salvatti, a primeira seleção para o programa revela a
necessidade de o governo brasileiro contratar médicos estrangeiros para
atuar em áreas remotas.
“Exatamente os 700 municípios onde não temos nenhum médico, eles não
foram escolhidos pelos médicos e agora nós vamos ter a abertura da
inscrição para os médicos estrangeiros para poder fazer daí todo o
procedimento”, disse.
Até o dia 8, o ministério irá selecionar os médicos do exterior que se
inscreveram para o Mais Médicos, que ocuparão vagas dispensadas por
brasileiros. A relação dos estrangeiros que serão contratados será
publicada em 13 de agosto.
De acordo com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, o
governo abrirá novas inscrições para viabilizar outras contratações.
“Vamos ter novas inscrições, novos médicos e novos municípios vão poder
se inscrever agora. Acabou quase que confirmando aquilo que a gente já
tinha a plena consciência, né? De que nós não temos médicos em número
suficiente com a disposição necessária para estar atuando em todos os
locais”, afirmou a ministra.
Os médicos selecionados, tanto brasileiros quanto estrangeiros, devem
começar a trabalhar no Mais Médicos no início de setembro. Todos os
estrangeiros serão avaliados e supervisionados por universidades
federais, de acordo com o Ministério da Saúde.
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