MPE vai investigar ponte Salvador Itaparica; Especialistas criticam projeto
O Ministério Público da Bahia (MP-BA), através do Núcleo Baía
de Todos-os-Santos, vai investigar o projeto de construção da ponte
Salvador Itaparica. A decisão foi anunciada durante uma audiência
pública realizada nesta segunda-feira (5), com o secretário estadual de
Planejamento (Seplan), José Sérgio Gabrielli, promotores de diversas
comarcas da região, especialistas da Universidade Federal da Bahia
(Ufba) e ambientalistas. O coordenador do Grupo Ambiental da Bahia
(Gambá), Renato Cunha, explicou ao Bahia Notícias que o encontro serviu
para apresentação do projeto, que recebeu críticas e questionamentos. “O
Ministério Público abriu inquérito para acompanhar e analisar todo o
processo e, quem sabe, sugerir algo. Foi apresentado o projeto, com
estudos e licitações. O que mais se colocou como questionamento foi que
se trata de um projeto que não tem nem o esboço de um plano de
desenvolvimento regional para a Baía de Todos-os-Santos ou o Recôncavo
baiano. É um projeto apenas de uma obra física”, contestou. Promotores e
professores da Ufba ponderaram também sobre o custo final da obra, algo
em torno de R$ 7 bilhões, com previsão de pedágio de R$ 18, para ser
economicamente viável. Docente do curso de arquitetura da Ufba, Paulo
Ormindo, divulgou um documento com questionamentos ao secretário (confira aqui),
como o gasto de R$ 100 milhões para os estudos, em um momento de
contingenciamento estadual de R$ 250 milhões, além de construção em
paralelo a investimentos no Porto Sul e aeroporto de Ilhéus, também para
transporte de cargas.
Renato Cunha, coordenador do Gambá - Foto: Barra Rocha News
Renato Cunha ainda lembrou os possíveis impactos ambientais e
adiantou que, apesar dos estudos ainda não terem sequer começado, o
plano já foi feito sem alternativas. “Ainda não foi feito o Eia [Estudo
de Impacto Ambiental] e o RIMA [Relatório de Impacto Ambiental], mas já
se tem a localização definida partir de Bom Despacho, sem uma
alternativa. Os estudos foram contratados agora e só serão concluídos em
janeiro do ano que vem”, pontuou. O consórcio que fará análise vai
receber R$ 22,5 milhões e foi anunciado como vencedor na semana passada,
tendo como empresas participantes as brasileiras Enescil e Maia Melo,
além da dinamarquesa Cowi. O coordenador do Gambá também revelou que
faltam dados sobre o que realmente será a ponte. “Faltam informações
para analisar se este é um projeto seguro, que pode ser feito. É uma
obra caríssima, mas será que é por aí mesmo? Não temos segurança”,
finalizou.
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