Cientistas brasileiros descobrem novas estruturas no cérebro

Pesquisadores brasileiros podem ter solucionado um enigma nunca antes resolvido por anatomistas e neurocientistas há coisa de meio século. Saber em pessoas que nascem sem o corpo caloso como são transmitidas informações de um hemisfério para outro no cérebro. O corpo caloso é uma estrutura que conecta os dois hemisférios do cérebro (esquerdo e direito). Mesmo que essa ponte não seja vital —há pessoas que nascem e vivem naturalmente sem ela –, ela é extremamente importante para o funcionamento normal do cérebro. Pessoas que tiveram o corpo caloso cortado em cirurgia (algo que se fazia no passado, como tentativa de tratamento para uma série de distúrbios psíquicos e epilepsia) também sofrem com sequelas, entre elas, a incapacidade de verbalizar o nome de objetos que são tocados com a mão esquerda, porque o reconhecimento tátil do objeto é processado pelo hemisfério direito, mas a fala é controlada primordialmente pelo hemisfério esquerdo, e o sinal não consegue passar de um lado para outro. Segundo o Estadão Conteúdo, os cientistas brasileiros, ligados principalmente ao Instituto D’Or e à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), investigaram o cérebro de pacientes com disgenesia (ausência congênita) do corpo caloso e descobriram que eles possuem duas “pontes” alternativas de cabeamento neuronal. Estas pontes transferem informações de um hemisfério para outro — o que restaura assim, ao menos parcialmente, as funções normalmente executadas pelo corpo caloso. A descoberta foi feita por meio de técnicas avançadas de imageamento (ressonância magnética funcional e imagem do tensor de difusão). Ninguém teve seu cérebro cortado para isso. De acordo com a pesquisadora Fernanda Tovar-Moll, esses feixes não existem nas pessoas normais. “São vias alternativas que se formam no cérebro desses pacientes para compensar a ausência do corpo caloso”, informou ao Estado.

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