Internacional: Mourão sem medidas extremas, Venezuela pode ser pacificada
O vice-presidente Hamilton Mourão assina o
livro de presença da reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, Colômbia. - ASSCOM/VPR
Em
discurso de dez minutos na reunião do Grupo de
Lima, em Bogotá (Colômbia), o vice-presidente da República,
Hamilton Mourão, afastou hoje (25) a possibilidade de intervenção na Venezuela.
Segundo ele, o país deve buscar uma solução pacífica para alcançar o “convívio
democrático nas Américas” e “sem qualquer medida extrema”. Porém, defendeu a
imposição de sanções econômicas e
financeiras ao governo de Nicolás Maduro.
“O
Brasil acredita firmemente que é possível devolver à Venezuela ao convívio
democrático das Américas, sem qualquer medida extrema que nos confunda, nações
democráticas, com aquelas que serão julgadas pela história como invasoras e
violadoras das soberanias nacionais”, ressaltou.
Para
Mourão, o que se vive na Venezuela vive sob o regime de Maduro contraria os
princípios democráticos e de liberdade.
“Em Caracas [capital
venezuelana] instalou-se um regime de privilégios, discriminação e violência
que não respeita as condições mais elementares do Estado de Direito
democrático: a liberdade de expressão, eleições livres, alternância de partidos
no poder, independência dos Poderes constituídos e legítima representação
nacional”, destacou.
Vice-presidente Hamilton Mourão discursa durante reunião do Grupo de Lima, em Bogotá, na Colômbia - Cancillería Colombia |
Sanções
Antes
de Mourão discursar, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, defendeu
a imposição de mais sanções ao governo da Venezuela enquanto Maduro se mantiver
no poder. Ele não detalhou, mas pediu apoio aos presentes.
O
vice-presidente brasileiro afirmou que é necessário “buscar sanções nos foros
internacionais” para que “prevaleça o direito internacional”. Mourão não
detalhou que medidas poderão ser adotadas.
Ameaças
Mourão
mencionou os riscos do regime Maduro à região. “[Há uma] ameaça à democracia, à
defesa e à segurança dos países da região”, disse o vice-presidente, citando a
ausência de respeito aos poderes instituídos e a alternância de governo.
O
vice-presidente reiterou a urgência de convocar eleições organizadas pela
“Assembleia Nacional soberana e fiscalizada pela Organização dos Estados
Americanos”.
Solidariedade
O
vice-presidente apelou para a “solidariedade interamericana” no esforço de
restaurar a democracia na Venezuela e encerrar o regime chavista em alusão ao
ex-presidente Hugo Chávez, que antecedeu Maduro.
Mourão
reafirmou o “compromisso com a paz, legalidade e legitimidade”, e avaliando que
“a luz dos acontecimentos de uma década” a Venezuela não vai conseguir livra-se
sozinha da opressão do regime chavista, Mourão negou possibilidade de
intervenção militar no país vizinho.
Atores estranhos
Mourão
demonstrou preocupação com a militarização da Venezuela. “A Venezuela,
sem ter recebido nenhuma ameaça direta de sua soberania e de sua
representação territorial, militarizou parte de sua população através de
milícias ideologizadas”, alertou.
Segundo
o vice-presidente, desde 2009, a Venezuela compra “equipamentos militares
sofisticados com considerável capacidade de força: carro de combate,
helicópteros, caças”. “Mais graves que essas aquisições é a disposição do
regime de Caracas de atrair atores estranhos à região, que podem aproveitar
eventual conflito interno no país para mover peças do tabuleiro de sua
confrontação mundial com o ocidente”.
Mourão
não citou nominalmente quais são esses “atores estranhos”, mas ressaltou que
têm um comportamento comum. “Os grandes patrocinadores e apoiadores do regime
venezuelano são países totalitários, ou autoritários, também violadores do
direito internacional”, destacou.
Suspeitas
O
vice-presidente levantou suspeitas sobre o envolvimento da cúpula do governo
Maduro com crimes transnacionais.
“A
Venezuela tem na sua cúpula dirigentes envolvidos com crimes transnacionais, a
razão pela qual se explica a resiliência financeira em um quadro anterior à
quebra do orçamento nacional e à truculência com qual investe contra a oposição
política e a maioria da população que resiste e protesta contra as suas
arbitrariedades”, disse.
Por Agência Brasil Brasília
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