Cabral diz que comprou apoio de Crivella para Paes em 2008
Foto: Divulgação |
Naquele ano, Paes foi eleito prefeito após vencer Fernando Gabeira no segundo turno. Crivella ficou em terceiro. Segundo Cabral, Paes foi buscar o dinheiro na casa do empresário Eike Batista, acompanhado dele e de Crivella. O ex-governador disse que, na época, foi procurado por Crivella para discutir o apoio no 2º turno. O atual prefeito nega as acusações.
"Ele [Crivella] me liga e pede uma conversa no Palácio das Laranjeiras em 2008. Recebo à tarde/noite e ele me diz o seguinte: 'Olha, estou sendo pressionado a apoiar o deputado Gabeira. Não é do meu agrado, pelas minhas convicções religiosas, visão do mundo. Mas o Armínio Fraga [ex-presidente do Banco Central], que estava muito exposto na campanha do Gabeira aparecendo na televisão pedindo voto, me ofereceu um milhão de dólares. E, então, vou apoiar o Gabeira se vocês não fizerem nada'. Eu e ele, sem testemunha. Eu falei: 'Você me dá um tempo'".
O tempo, segundo o ex-governador, foi para pedir dinheiro a Eike. "Eu falei [para o Crivella]: um milhão e meio de dólares, você aceita? Ele falou: 'aceito'", contou.
Cabral relatou também o suposto diálogo com Eike: "Eu preciso de um milhão e meio de dólares para dar ao Crivella, e tem que ser amanhã, porque o segundo turno já estava correndo. Aí ele falou 'tudo bem, não tem nenhum problema, só que tem que ser muito cedo porque eu vou sair às 8 horas da manhã com esse grupão todo para o Açu'. Tudo bem, então 6 e meia da manhã na sua casa. Aí marquei com o Eduardo Paes na minha casa às 6, contei para ele a situação toda".
O que dizem os citados
Gabeira disse que duvida que Crivella tenha dito isso a Cabral e que ignora qualquer negociação envolvendo a sua candidatura em 2008. "Ignoro esse fato, inclusive nunca vi tanto dinheiro na minha vida. Quem garante que o fato ocorreu? Eu duvido que tenha acontecido, porque nunca tivemos um milhão de dólares para a nossa campanha", afirmou.
Gabeira disse ainda que Armínio Fraga nunca faria esse tipo de contato sem consultá-lo, e que nunca houve essa conversa entre eles.
Armínio Fraga afirmou que as informações de Cabral são mentirosas e não procedem.
Fernando Martins, advogado de Eike, informou que o empresário não é parte no processo e sempre desenvolveu suas atividades dentro da legalidade.
Em post no Facebook, Crivella chamou o relato de Cabral de "grande mentira".
"Amigos, fiquei sabendo há pouco que o ex-governador Cabral disse que há 10 anos teria comprado meu apoio ao Eduardo Paes. Mais uma grande mentira plantada para tentar desestruturar a minha gestão e minhas convicções como homem público. Jamais conseguirão manchar a minha honra", disse. Segundo Crivella, o apoio aconteceu porque Paes era o candidato mais alinhado aos evangélicos.
Procurada pelo G1, a defesa de Paes não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.
Fonte: G1.globo.com
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