Entenda os impactos do avanço do coronavírus na economia global e brasileira
Centro comercial vazio em Wuhan nesta quarta-feira (26), na província de Hubei, na China — Foto: Reuters |
O avanço da epidemia do novo coronavírus pelo mundo tem provocado abalos nos mercados globais e tem elevado as preocupações de investidores e governos sobre o impacto da propagação do vírus nas cadeias globais de suprimentos, nos lucros das empresas e na desaceleração do crescimento da economia global.
Embora o maior número de casos confirmados e os principais impactos ainda estejam concentrados na China, o coronavírus já se espalhou por mais de 40 países de todos os continentes, provocando o fechamento de fábricas, interrupção de produção, fechamento do comércio e a paralisação de atividades também em países como Coréia do Sul, Japão e Itália.
Veja a seguir os principais impactos e possíveis consequências do avanço do coronavírus na economia global e brasileira:
Primeiras consequências
O surto já representa um grande abalo na economia chinesa, pois tem fechado fábricas e centros comerciais, colocado regiões inteiras em quarentena e deixado muitos cidadãos trancados em suas casas por medo do contágio, reduzindo dessa forma o consumo e a atividade econômica.
Mesmo em regiões que não estão em quarentena, eventuais suspeitas de contaminação têm levado ao fechamento total de algumas indústrias até que se descarte um novo caso.
Até mesmo a produção de mel foi afetada na China, a maior produtora mundial de mel, uma vez que as restrições de viagens adotadas para conter o surto prendem apicultores em casa e deixarão suas abelhas sem alimento durante semanas.
Fora da China, os países mais impactados até o momento são Coreia do Sul, Itália, Irã e Japão, com fechamento de lojas, prateleiras de supermercados vazias, interrupção de serviços de transportes e paralisação de diversas atividades. E viagens aéreas internacionais têm sido canceladas no mundo todo.
No Japão, todas as escolas de educação infantil, ensino fundamental e ensino médio foram orientadas a ficar fechadas até o fim das férias da primavera em abril para ajudar a conter o surto. Já os parques da Disney em Tóquio anunciou que ficará fechado por duas semanas.
Desaceleração da economia global e da China
Embora ainda seja difícil estimar a magnitude do choque na economia, já é praticamente consenso que a economia global e o PIB (Produto Interno Bruto) da China deverão crescer menos que o esperado em 2020.
O Fundo Monetário Internacional (FMI), que já alertava para um ritmo de recuperação mais lento em 2020, estima que a epidemia de coronavírus deverá reduzir o crescimento econômico mundial em até 0,1 ponto percentual.
A projeção do FMI é de uma taxa de crescimento de 5,6% para a China em 2020, 0,4 ponto a menos do que as estimativas de janeiro. Em 2019, o PIB chinês desacelerou para 6,1%, o menor crescimento em 29 anos.
Vale lembrar que a China é a segunda maior economia do mundo, com uma participação no PIB global da ordem de 16%.
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