Juiz diz para mãe em audiência: ‘Se não tem como cuidar, dá para adoção’
Rodrigo de Azevedo Costa, da Vara da Família da Freguesia do Ó, também é autor da frase 'Não tô nem aí para a Lei Maria da Penha'CRÉDITOS: REPRODUÇÃO
O juiz Rodrigo de Azevedo Costa, da Vara da Família da Freguesia do Ó, que fez declarações polêmicas acerca da Lei Maria da Penha, tem novas acusações de machismo e misogonia em audiências.
O portal Papo de Mãe teve acesso a mais duas audiências online onde o magistrado protagoniza novas humilhações a mulheres. Um dos casos aconteceu no dia 10 de dezembro durante a audiência conciliatória de B., uma auxiliar de enfermagem que buscava regulamentar as visitas do ex-marido às duas filhas pequenas. Durante a pandemia, para poder trabalhar, a auxiliar de enfermagem pedia maior participação do pai das meninas, já que as crianças não estavam indo para a creche.
B. é humilhada pelo juiz que tece as seguintes declarações: “Ganha 1300 e quis ter 2 filhos?”. Ou “se não tem como cuidar, então dá para adoção, põe num abrigo”. O juiz também fez declarações a respeito do ex-companheiro de B. Se ele é mau pai, eu não tenho culpa. Eu vou fazer o que? Vou pegar este negão e encher ele de tapa? Não é meu trabalho este.”
O outro caso recebido pela reportagem refere-se à audiência de conciliação online de F., no dia 11 de novembro, que buscava regulamentar partilha de bens. O juiz começa a interromper e atacar a mulher, após não entender uma de suas declarações.
Em um momento, F. diz que o ex-marido só havia ficado com o bônus na separação e ela com o ônus (referindo-se às despesas com os filhos). Momento em que o juiz começa a proferir as seguintes falas: Eu fico um pouco preocupado quando mãe diz que ficou com ônus de ficar com os filhos. Aí, mãe, não posso fazer nada”. Em outro momento, o juiz diz ao advogado de B: “Eu nao tô nem aí se a sua cliente ficou com com o ônus, ficou com os filhos. Eu não to nem aí se ele não visita”.
O juiz também é o autor das seguintes declarações “Não tô nem aí pra Lei Maria da Penha” e “ninguém agride ninguém de graça”, em uma audiência virtual de um processo de pensão alimentícia com guarda e visita aos filhos menores de um ex-casal.
O UOL apurou que o salário bruto do juiz é de R$32.004,65, conforme site do TJ-SP.
Desde a divulgação do primeiro caso, no dia 18 de dezembro, a Corregedoria Geral do Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo anunciou o início de uma apuração acerca da conduta do juiz.
Por: CartaCapital
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