Somente em 2020, Rio teve média de uma criança morta por arma de fogo por mês
Emilly (de óculos) e Rebecca morreram após serem baleadas em Duque de Caxias |
Neste sábado, as primas Rebecca Beatriz Rodrigues Santos, de 7 anos, e Emilly Victoria da Silva Moreira Santos, de 4, foram enterradas em Duque de Caxias, na Baixada. Elas morreram ao serem baleadas na porta de casa, na noite de sexta-feira, na comunidade Barro Vermelho, em Gramacho, na mesma cidade da Baixada Fluminense. Segundo a ONG Rio de Paz, que acompanha casos de crianças mortas vítimas de armas de fogo desde 2007, com Emilly e Rebecca, sobe para 12 o número de meninas e meninos assassinados ao serem baleados somente em 2020. Uma média de um por mês.
Rebecca e Emilly foram sepultadas em gavetas, lado a lado, numa cerimônia que reuniu mais de cem pessoas no Cemitério Nossa Senhora das Graças, em Duque de Caxias.
Emilly completaria 5 anos no próximo dia 23 e ganharia sua primeira festinha de aniversário — por dificuldades financeiras, a família da menina nunca havia conseguido juntar dinheiro para realizar o evento. Seria uma comemoração apenas para os parentes mais próximos, por causa da pandemia do novo coronavírus. O tema seria a personagem Moana, e uma roupinha da personagem já havia sido comprada. Ontem, no enterro, Emilly foi sepultada com a fantasia de seu desenho favorito.
Na página no Facebook, a ONG listou os nomes das outras dez que morreram ao serem baleadas, além de Rebecca e Emilly, neste ano. Foram elas:
Anna Carolina de Souza Neves. 8 anos. Morreu após ser baleada em Belford Roxo, na Baixada Fluminense, na noite de 9/1/2020.
João Vitor Moreira dos Santos. 14 anos. Morreu após ter sido baleado na cabeça em 29 de janeiro quando passava pela Avevida Vicente de Carvalho, no bairro Vila Kosmos, na Zona Norte do Rio.
Luiz Antônio de Souza Ferreira da Silva. 14 anos. Foi atingido assim que saiu de uma consulta no psicólogo com a mãe no dia 6/2.
Douglas Enzo Maia dos Santos Marinho. 4 anos. Morto com um tiro no peito, durante sua festa de aniversário no dia 7/6, em Piabetá.
João Pedro Matos Pinto. 14 anos. Baleado e morto durante uma operação conjunta da Polícia Federal, com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio, na noite de 18 de maio.
Rayane Lopes. 10 anos. Morta numa chacina ocorrida na madrugada do dia 28/6 durante uma festa junina que terminou com outras sete pessoas feridas no condomínio Jamaica, em Anchieta, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Kauan Vítor. 11 anos. Foi baleado na cabeça na madrugada de 25/6 na Maré, Zona Norte do Rio.
Ítalo Augusto. 7 anos. Morreu após ser atingido por uma bala perdida em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, na noite de 30 de junho.
Maria Alice. 4 anos. Baleada em um confronto entre bandidos em Três Rios, no Vale do Paraíba, morreu em 7 de julho, no Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, onde estava internada.
Leônidas de Oliveira. 12 anos. Morto por bala perdida no dia 09/10 em frente a um supermercado na Avenida Brasil, altura da favela Nova Holanda, na Maré, onde morava.
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