Ameaça de greve da APLB contra volta às aulas é de um radicalismo inaceitável
Foto: Divulgação/Arquivo |
Principalmente quando esta coletividade é formada basicamente por crianças e adolescentes, em sua maioria pobres, para os quais o futuro hoje, lamentavelmente, traz as piores perspectivas depois de um ano de completa paralisia forçada na educação.
A recusa da entidade que congrega professores das redes municipal e estadual de ensino em aceitar qualquer tipo de proposta para o retorno às aulas em Salvador não apenas trai sua intransigência como a completa falta de argumentos contra a reabertura.
O aceno com uma greve geral em resposta ao esforço da Prefeitura para garantir o direito de crianças e adolescentes às atividades educativas presenciais é ainda mais inconcebível, porque simbólico do desrespeito com que a instituição está tratando a importância da educação na capital baiana.
A Prefeitura já aplicou a primeira dose da vacina contra a Covid em mais de 20 mil trabalhadores do Estado e do município em Salvador, o que significa que faltam se vacinarem apenas 1.300 professores, todos na faixa etária entre os 20 e 30 anos.
Além disso, o poder público municipal garante a imunização para mais de 10 mil trabalhadores da educação municipal acima dos 40 anos, o que significa que mais de 75% dos profissionais que atuam nas escolas municipais terão tomado a primeira dose do imunizante até o dia 3 de maio.
É a data prevista para a retomada das aulas no calendário ajustado e reajustado da rede em Salvador. E são medidas que se associam à responsabilidade com que o reconhecimento de que era necessário parar – não só esta atividade, como muitas outras – foi tratado até aqui, embora sob muitas incompreensões e críticas, pelo prefeito Bruno Reis (DEM).
Tivesse ele atuado como um negacionista, como muitos por aí afora, que rejeitaram a realidade, colocando em risco a vida dos cidadãos, ainda se poderia até dar um desconto para o grau de desconfiança com que a APLB se comporta hoje.
Mas tanto a atitude do prefeito quanto a de seu secretário da Educação, Marcelo Oliveira, seguindo não apenas os protocolos como todas as recomendações necessárias a um retorno controlado demonstram que não faz sentido questionar os parâmetros em que a reabertura está sendo proposta.
O mundo seguro ideal planejado pela APLB infelizmente não existe mais. Se pensasse na educação, razão de existir da classe que defende, reconhecendo que negociar é a saída para enfrentar a crise e não radicalizar, como têm feito apenas os insensatos neste momento, a APLB, quem sabe, poderia impor sua liderança num quadro tão difícil.
Política Livre
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