Força da segurança pública tem que se fazer presente para garantir ir e vir, diz novo ministro da Justiça
Foto: Marcos Corrêa/PR |
O novo ministro da Justiça, Anderson Torres, disse que é preciso que “a força da segurança pública” se faça presente para garantir “um ir e vir sereno”, em seu discurso de posse em cerimônia fechada e sem transmissão ao vivo nesta terça-feira (6).
“Neste momento, a força da segurança pública tem que se fazer presente garantindo a todos um ir e vir sereno e pacífico. Contem com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para dar esta tranquilidade”, afirmou Torres.
A declaração do ministro se dá em meio a embates entre o governo federal e governos estaduais em torno da adoção de medidas de restrição, entre elas o lockdown e o toque de recolher, para conter o avanço da pandemia de Covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) critica desde o início da pandemia as medidas restritivas adotadas por prefeitos e governadores. Mais recentemente, ele passou a compará-las, equivocadamente, ao estado de sítio. Em março, Bolsonaro moveu ação no STF (Supremo Tribunal Federal) contra regras de governadores de combate à Covid-19 pedindo a suspensão de decretos adotados pelo Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul.
O ministro Marco Aurélio, porém, rejeitou a ação. Também foi negado o pedido do chefe do Executivo para que a corte reconhecesse que o fechamento de serviços não essenciais só pudesse ocorrer por meio de aprovação de uma lei nesse sentido.
No sábado (3), Bolsonaro disse em uma transmissão que não trava uma “guerra política” contra as medidas restritivas. Ele disse apoiar “medidas protetivas”, mas completou afirmando que “tudo tem um limite”.
No vídeo do discurso desta terça-feira, liberado pelo Palácio do Planalto somente após o fim da cerimônia, Anderson Torres também fez coro a Bolsonaro ao dizer que “precisamos trazer de volta a economia deste país, precisa colocar as pessoas para trabalhar” e ao manifestar temor de agravamento da crise social.
“Tenho muito medo de crises maiores decorrentes de fome, desemprego e outros problemas neste sentido”, afirmou.
Torres, que se descreveu como “uma pessoa idealista e apaixonada”, falou dos “enormes desafios” vividos no Brasil e que “quis Deus, presidente Bolsonaro, que esta condução em momento tão crítico estivesse em vossas mãos”.
“A Justiça e a segurança pública, somadas, são a espinha dorsal da paz e da tranquilidade da nação. Principalmente quando se passa por uma crise sanitária mundial como a que vivemos e que impacta diretamente a economia e a qualidade de vida dos cidadãos brasileiros”, afirmou o ministro da Justiça.
Torres disse que trabalhará “incansavelmente” para, mais que corresponder, superar expectativas e “ajudar neste momento difícil”.
“A segurança pública foi uma das principais bandeiras da sua eleição e ela voltará a tremular alta e imponente. Isso eu posso garantir à vossa excelência, estejam certos disso”, afirmou.
Integrantes da chamada “bancada da bala” no Congresso têm se queixado da falta de atenção do governo com a área de segurança, apesar de terem sido um dos grupos de apoio à eleição de Bolsonaro em 2018.
Com a saída de Sergio Moro do comando da pasta, em abril do ano passado, os parlamentares esperavam um desmembramento para a recriação de um Ministério da Segurança Pública, o que nunca aconteceu.
O novo ministro da Justiça teve o aval de Jair Bolsonaro e vai mudar o diretor-geral da Polícia Federal. O atual chefe da PF, Rolando de Souza, foi escolha do presidente, por indicação de Alexandre Ramagem, impedido pelo Supremo Tribunal Federal de assumir o cargo, em abril do ano passado.
Torres já avisou o Palácio do Planalto que vai fazer a mudança, que deve ocorrer nos próximos dias. O diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal, Eduardo Aggio, também deve ser substituído.
“É natural [sic] as mudanças. E a gente sabe que você, todas as mudanças que efetuará no seu ministério, é [sic] para melhor adequá-lo ao objetivo ao qual você traçou. Você quer o Ministério da Justiça o mais focado possível para o bem de todos em nosso país”, afirmou Bolsonaro.
Daniel Carvalho/Ricardo Della Coletta/Folhapress
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