Salário médio do brasiliense caiu, com a pandemia
Coluna Eixo Capital, por Alexandre de Paula
Mesmo para quem conseguiu estar empregado, o cenário trazido pela crise provocada pela pandemia é de dificuldades. Dados da Codeplan mostram que o rendimento real do brasiliense caiu entre janeiro e fevereiro. Na prática, os moradores do DF estão ganhando menos. A queda foi de 5,8% para os ocupados e assalariados e de 3,1% para os autônomos. Em números absolutos, os valores passaram a ser, respectivamente, R$ 3.681, R$ 4.144 e R$ 2.050.
Letalidade
Local visitado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no fim de semana, Sol Nascente/Pôr do Sol é a região administrativa em que a covid-19 é mais letal no Distrito Federal, de acordo com boletim da Codeplan. Lá, 4,30% dos infectados morreram; em sequência vêm Planaltina (3,01%) e Ceilândia (2,92%), onde o presidente também esteve no sábado e provocou aglomeração.
Idosos
O boletim mostra também que Ceilândia é o local em que mais morreram idosos por causa da covid-19 no DF. Foram 808 pessoas com mais de 60 anos, 71,3% do total de mortes na região. Taguatinga registrou 546, com 72,3% de idosos entre as vítimas; em Samambaia, foram 376 óbitos de idosos, 63,9% do total.
Discussão
A reunião da comissão de acompanhamento e fiscalização da covid-19 no DF formada por parlamentares da capital, nesta semana, teve momentos de tensão. Foram ouvidos o secretário de Economia do DF, André Clemente, e o presidente do Iges-DF, Gilberto Occhi. Deputados e senadores questionaram os gastos com a pandemia e as contas do Iges-DF. A ausência recente do secretário de Saúde Osnei Okumoto também foi lembrada novamente.
Prejuízo
Instituições de ensino superior estão com dificuldades para obter isenção de tributos proporcionais ao número de estudantes com bolsa do ProUni. A demora na divulgação do Enem e, consequentemente das matrículas, bagunçou o cenário e tem sido alvo de queixas das universidades. “As IES estão sendo extremamente prejudicadas pela ação dos Ministérios da Educação e da Economia, que não conversam entre si, em grave desrespeito aos particulares que, ao fim e ao cabo, promovem a educação no País”, avalia o advogado José Roberto Covac Junior, especialista em direito educacional.
Jogos políticos
O mundo digital entrou na política e não há mais volta. Recentemente, uma série de jogos com temas políticos entraram nos holofotes. Com maior facilidade para produção de games, a ferramenta deve ser usada cada vez mais. Um aplicativo lançado recentemente, por exemplo, dá ao jogador a oportunidade de tentar derrubar, lançando ovos, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que se equilibra em uma corda bamba. Como tem acontecido na vida real — com pedidos de impeachment engavetados —, Bolsonaro não cai fácil. Desafio difícil para os opositores nas telas e na política de verdade.
Réu
O ex-vice-governador do DF Tadeu Filippelli (MDB) tornou-se réu mais uma vez. Ele e outros nomes, como o do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, são suspeitos de fazer parte de um esquema de propina que envolvia companhias aéreas. A denúncia foi aceita ontem pela Justiça de Brasília. Filippelli, atualmente, é suplente da deputada federal Celina Leão (Progressistas-DF).
Só papos
“Claro que existem os espertinhos, assim como também há os espertinhos lá na iniciativa privada. Para esses, o ideal é cumprir horário, comprometer-se pouco e receber um salário bacana no final do mês.”
Caio Mario Paes de Andrade, secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia
“O secretário de Desburocratização, Caio Mario Paes de Andrade, chamou servidores públicos de ‘espertinhos’ na CCJ. ‘Espertinho’ é o banco fundado por Guedes, que comprou carteira de crédito do BB de R$ 2,9 bilhões por apenas 12% do valor total.”
Erika Kokay (PT-DF), deputada federal
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