Deputado Luis Miranda chega à CPI usando colete à prova de balas
Foto: Divulgação/Luís Miranda/ O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) veste colete à prova de balas para prestar depoimento à CPI da Covid |
O deputado Luis Miranda (DEM- DF) chegou à CPI da Covid para prestar depoimento trajando um colete à prova de balas e uma Bíblia nas mãos.
Miranda relatou ter sofrido muitas ameaças desta quinta para sexta (25) e afirmou que o irmão foi “abandonado” pelo Ministério da Saúde e está voltando ao Brasil de avião comercial. O servidor estava nos Estados Unidos, com a equipe da pasta que liberou a importação das doses da Janssen. Ele voltou a Brasília em voo que partiu do aeroporto de Viracopos, em Campinas, e chegou por volta de 14h40. O deputado também se comprometeu a falar a verdade.
Os irmãos devem depor nesta tarde à CPI. Os depoentes afirmam que alertaram o presidente Jair Bolsonaro sobre supostas irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Como revelou o jornal Folha de S.Paulo na sexta-feira passada (18), o servidor disse ao MPF (Ministério Público Federal), em 31 de março, que recebeu uma “pressão atípica” para agilizar a importação da vacina.
Já o deputado afirma que, ao lado do irmão, levou o caso a Bolsonaro, em 20 de março, que prometeu acionar a Polícia Federal.
Os irmãos apontam que houve tentativa de antecipar pagamento de US$ 45 milhões para liberar a importação de um lote da vacina. A invoice (fatura) apresentada à Anvisa para liberar a carga estava no nome da empresa Madison, de Singapura, ligada à fabricante Bharat Biotech, mas que não é citada no contrato com o Ministério da Saúde.
O governo federal nega irregularidades, alega que o documento foi retificado para retirar a exigência do pagamento antecipado. As declarações dos irmãos levaram o presidente Bolsonaro ao centro das investigações da CPI da Covid. O presidente pediu para a PF investigar os irmãos Miranda, mas não explicou ainda que destino deu aos alertas de irregularidade.
O contrato de R$ 1,6 bilhão para compra de 20 milhões de doses da Covaxin foi assinado em 25 de fevereiro, mas nenhuma vacina chegou ao país até agora. Cada dose custa US$ 15, o maior valor negociado de imunizante negociado pelo governo, mas ainda não houve pagamento dos lotes.
Julia Chaib, Raquel Lopes e Mateus Vargas, Folhapress
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