Em resposta a Aziz, Zambelli diz que não teria vergonha se tivesse sido prostituta
Foto: Dida Sampaio/Estadão |
Depois de o senador e presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), dedicar um vídeo com a canção “Espanhola” à deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) na noite desta sexta (25), a parlamentar bolsonarista diz que seu currículo e os depoimentos recebidos na plataforma LinkedIn provam as razões de sua estadia no país europeu.
“Se eu tivesse sido prostituta, não seria vergonha alguma admitir. Mas fato é que tive uma carreira robusta nas maiores empresas do mundo”, afirma à coluna.
A troca de farpas começou quando Aziz, durante a sessão da CPI desta sexta, criticou o fato de a deputada seguir o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) ao tirar sua máscara na segunda-feira (21), quando acompanhou a comitiva presidencial a Guaratinguetá (SP). “Quando ele tira a máscara, a mulher também tira a máscara só para bajular”, disse.
A parlamentar replicou chamando o senador de inútil e imbecil. “Pega essa bunda gorda sua, que está aí na CPI sentado, e vê se faz alguma coisa de útil, que preste para esse país, ao invés de ficar falando merda das pessoas”, disse Zambelli em vídeo publicado em suas redes.
Aziz, então, publicou trecho da canção “Espanhola”, de Flávio Venturini, que foi associada por internautas a um depoimento dado pela deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) em 2019, no âmbito da CPMI das Fake News. Na ocasião, a ex-aliada de Bolsonaro disse que havia sido questionada pelo presidente da República se Zambelli foi prostituta durante o período em que esteve na Espanha.
“Acabei de ser ofendido por uma deputada. Como sou diferente do chefe dela e não ofendo ou agrido mulheres, vou apenas oferecer uma música”, escreveu o senador Omar Aziz ao postar “Espanhola”. O gesto foi criticado por alguns perfis nas redes sociais, que apontaram a associação à fala de Hasselmann como machista.
Questionada pela coluna, Carla Zambelli diz que a carapuça não serviu —e destacou os depoimentos deixados em sua página no LinkedIn por ex-colegas de trabalho.
“Carla é extremamente atenta, solícita e cuidadosa em todos os projetos, sempre apoiou nossas necessidades, colaborando para melhoria de resultado”, diz um perfil identificado como ex-supervisor.
“Uma profissional de alto nível, com grande habilidade ética e de negociação e sempre atinge seus objetivos. Ela é uma pessoa que expressa confiança e demonstra rapidamente seu conhecimento da área”, afirma outro ex-chefe.
Antes de ser eleita deputada federal em 2018 e encabeçar o movimento Nas Ruas, que atuou em prol do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Zambelli trabalhou como consultora e gerente de projetos por mais de 20 anos no setor privado. Entre 2003 e 2006, atuou na Espanha pela RPZ Consultoria, de acordo com seu currículo.
Mônica Bergamo/Folhapress
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