Médicos representam contra Otto no Conselho Federal de Medicina
Foto: Leopoldo Silva/Agência Senado |
Um grupo de seis médicos de Natal (RN), São Paulo (SP), Manaus (AM) e Uberlândia (MG) ingressaram com uma representação junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM) contra o senador Otto Alencar (PSD/BA). Os profissionais da saúde entendem que o parlamentar baiano, que é médico, incorreu em faltas disciplinares durante a inquirição à médica oncologista e imunologista Nise Yamaguchi durante a sessão da CPI da Covid no Senado, na terça-feira (1) – eles pedem abertura de sindicância e de processos administrativos disciplinares na representação que foi entregue ao presidente do Conselho, Mauro Ribeiro, no dia seguinte ao depoimento de Nise.
Otto já é alvo da ação de militantes digitais bolsonaristas e também de parlamentares que apoiam o presidente da República, Jair Bolsonaro. Na peça apresentada ao CFM, os médicos Flávio José Dantas de Oliveira, José Cavalcante Monteiro, Carlos Antônio Dantas de Oliveira, Hélio Teixeira, Luiz Gonzaga Dantas de Oliveira e Evandro Guimarães de Souza dizem que representação não é relacionada à atuação do baiano enquanto parlamentar, mas enquanto médico. Os profissionais de saúde citam supostas inverdades na fala do senador ao inquirir Nise Yamaguchi, que é favorável ao uso de hidroxicloroquina para tratar a Covid em estágios iniciais; os seis médicos também citam que o parlamentar agiu para constranger a oncologista, ao passo que não permitia que ela respondesse de maneira adequada aos questionamentos feitos a ela por Otto durante a CPI.
Sobre informações levadas pelo senador baiano à comissão parlamentar de inquérito referente aos riscos do uso da hidroxicloroquina para o tratamento da Covid, os médicos afirmam que “é nitidamente inverídica e contrária à educação em saúde (…) a afirmação de que a arritmia, para quem toma a medicação, é dose-dependente e que vai exigir doses maiores do medicamento porque é uma enfermidade idiossincrática”. Citando documentos da da “American Heart Association”, de 2016, e outro da OMS, de 2017, apontam, nesta ordem, que tem “(a medicação) ação tóxica direta no miocárdio, (…) após exposição de longo prazo a alta doses” e que “uso da hidroxicloroquina contra a malária tem sido associado a baixo risco de cardiotoxicidade”.
Davi Lemos/Politica Livre
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