Onyx Lorenzoni diz que Luis Miranda “vai pagar” por “denunciação caluniosa”
Ministro afirmou que deputado e seu irmão serão investigados e que documento teria sido adulterado
Reprodução TV Brasil - 26.jun.2021 Ministro Onyx Lorenzoni afirma que deputado Luis Miranda "mentiu" sobre irregularidades na compra da Covaxin |
O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta 4ª feira (23.jun.2021) que a Polícia Federal abrirá uma investigação contra o deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, o servidor Luis Ricardo Fernandes Miranda. O deputado afirma ter alertado o presidente Jair Bolsonaro sobre irregularidades nas negociações da Covaxin, vacina indiana contra a covid-19.
O ministro afirma se tratar de uma “denunciação caluniosa” e que Miranda “vai pagar” por isso. Segundo ele, o documentação apresentada pelo deputado teria sido adulterada.
“A má fé é clara. A suspeita da falsificação é forte. A Polícia Federal e os peritos que vão determinar. O presidente já pediu e o chefe da Casa Civil [Luiz Eduardo Ramos] já enviou ao ministro Anderson [Torres, da Justiça e Segurança Pública] a abertura da investigação de todos os fatos pela Polícia Federal”, declarou em declaração à imprensa no Palácio do Planalto.
O irmão do deputado também terá sua conduta investigada pois teria cometido, segundo o ministro, prevaricação (por faltar ao dever público).
“O servidor, que na nossa avaliação cometeu prevaricação, irá para a CGU [Controladoria Geral da União] para um PAT, procedimento administrativo disciplinar, e nós encaminharemos a Procuradoria Geral da República investigação com os crimes cometidos pelo senhor Luis Miranda de denunciação caluniosa, produção de provas falsas, má fé e também o fato de que seu irmão tinha pleno conhecimento de tudo o que apresentamos aqui”, disse Onyx.
Segundo Onyx, as supostas irregularidades indicadas por Luis Miranda teriam como objetivo “afetar a imagem do presidente Jair Bolsonaro“. O ministro negou que tenha ocorrido favorecimento ou superfaturação do imunizante. Também reforçou que as doses negociadas ainda não foram pagas. “Nenhum centavo saiu dos cofres do Ministério da Saúde“, disse.
“Deputado Luis Miranda, Deus está vendo. Mas, o senhor não vai só se entender com Deus, vai se entender com a gente também. O senhor vai explicar e vai pagar pela irresponsabilidade, mau-caratismo, má fé, denunciação caluniosa e produção de provas falsas”, disse. “Se o senhor achava que ia conseguir luz e talvez apoio para uma tentativa de eleição, deputado, o senhor errou”, afirmou.
O coronel Elcio Franco, ex-secretário executivo da Saúde e atualmente assessor especial da Casa Civil, afirmou que o documento apresentado por Luis Ricardo “difere de documentos oficiais do ministério”. Segundo ele, o “documento original necessitou uma retificação porque previa o pagamento antecipado”, antes do recebimento das doses negociadas com a Precisa Medicamentos. “Nós temos a retificação desse documento recebida pelo ministério em 23 de março”, disse. A documentação deve passar por uma perícia, de acordo com Onyx Lorenzoni.
Documentos indicam que o Ministério da Saúde pagará 1.000% mais caro pela vacina que o governo federal indiano. O Ministério Público também determinou investigação do contrato assinado com a Precisa Medicamentos, por indício de crime de improbidade administrativa. À CNN Brasil, ele afirmou que tem “esperança” que o presidente Jair Bolsonaro “tenha sido enganado” e que tenha levado adiante suas denúncias sobre supostas irregularidades.
Nesta 4ª feira, o secretário especial de Comunicação Social, coronel André Costa, iniciou a declaração à imprensa afirmando que seriam feitas “todas as pontuações para que se restabeleça a verdade com relação à mentira que vem sendo propaganda desde anteontem”, em referência a compra da Covaxin e as suspeitas de fraude e pressões internas no Ministério da Saúde.
23.jun.2021 (quarta-feira) - 20h07
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Comente esta matéria.