Causa da doença de Haff pode estar ligada à toxina presente em peixes
Foto: Fabiane de Paula/Divulgação/Arquivo |
Com o objetivo de investigar as causas da ocorrência da doença de Haff registradas na capital baiana entre os anos de 2016 e 2021, a Secretaria Municipal da Saúde, por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS), conjuntamente com a Fiocruz-Ba, iniciou uma pesquisa para descrição das características dos casos clínicos e identificação dos fatores associados aos casos notificados.
De acordo com o estudo, as causas da doença de Haff – conhecida popularmente como “doença da urina preta” – podem estar ligadas a toxinas presentes em peixes e crustáceos.
Segundo Cristiane Cardoso, epidemiologista e coordenadora do CIEVS Salvador, apesar dos peixes e crustáceos não produzirem essas toxinas, os mesmos podem acumular no corpo por meio do consumo de outros organismos marinhos.
“O estudo reforça a hipótese que essas toxinas são estáveis ao calor, já que os casos relatam o consumo de certos peixes e crustáceos cozidos. Também acreditamos que essas toxinas possam estar presentes em microalgas e são acumuladas nos peixes através da cadeia alimentar”, explicou Cardoso.
Os resultados do trabalho foram publicados na importante revista internacional “The Lancet Regional Health – Americas”.
Entre 2016 e 2017, quando houve um surto da doença de Haff em Salvador, 65 casos foram investigados, sendo que 88% desses paciente necessitaram de hospitalização.
Já entre 2017 e 2019, 12 ocorrências foram notificadas. Nos anos de 2020 e 2021, um novo surto da doença ocorreu na cidade com 16 casos confirmados.
Apesar do aumento do número de casos, a SMS tranquiliza a população já que trata-se de uma doença rara.
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