Eleições 2022: confira os vices mais cotados na corrida presidencial
Foto: Dida Sampaio/Arquivo/Estadão |
Ainda “embaraçada”, a teia de candidaturas para 2022 começa a se organizar conforme os nomes que se colocaram à disposição para a disputa ensaiam acordos para formar composições. Enquanto alguns candidatos são dados como quase certos na liderança de seus projetos — caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do presidente Jair Bolsonaro (PL) —, outros admitem desistir da cabeça de chapa para assumir a cadeira de vice em projetos com maior viabilidade eleitoral.
A chapa de Bolsonaro segue indefinida, mas disputada. Segundo noticiou o g1, o presidente tem interesse em trazer o ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para a vice de sua candidatura, enquanto seus aliados defendem a escolha de um nome político, como algum de seus ministros.
A chegada de Sérgio Moro (Podemos) ao xadrez de 2022 pode ser decisiva para sepultar outras candidaturas da chamada “terceira via”. O ex-juiz diz manter diálogo com outros pré-candidatos e não descarta propor uma aglutinação para convergir em um projeto único. Outros nomes, como o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), rejeitam orbitar a candidatura do jurista e seguem firmes na liderança de suas chapas.
No cerne das discussões sobre a vice-presidência, duas mulheres ocupam posição de destaque. De um lado, a empresária Luiza Trajano, da rede varejista Magazine Luiza, é cortejada pelos presidenciáveis pelo seu potencial de adicionar um viés de mercado às chapas. A empresária, porém, afirmou ao Estadão que não pretende estar em uma candidatura no ano que vem.
De outro, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) será apresentada oficialmente por seu partido nesta quarta-feira, 8, e é considerada a “vice perfeita” por outras legendas. Veja abaixo algumas das principais tratativas para vice em 2022:
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem se aproximado do ex-governador Geraldo Alckmin (de saída do PSDB) e tentado trazê-lo para a vice de sua chapa em 2022. Adversário histórico do Partido dos Trabalhadores, tendo inclusive disputado o segundo turno contra Lula em 2006, Alckmin também não descarta a possibilidade.
Anteriormente, o tucano ensaiava sair como candidato para o governo do Estado de São Paulo. Agora, tem conversado com o petista para buscar “construir um acordo” para o ano que vem.
Em entrevista na semana passada, Lula deu a entender que vê em Alckmin uma possibilidade de agregar votos à sua chapa. O tucano poderia capturar uma parcela do eleitorado que tenha ressalvas ao PT. “Tive uma extraordinária relação com o Alckmin no meu governo. Ele está definindo qual será seu partido político e nós estamos no processo de conversar. Vamos ver se é possível construir uma aliança política. Mas é o seguinte: eu quero construir uma chapa para ganhar as eleições”, disse o petista.
Apesar das especulações de que Doria, que venceu as prévias do PSDB para disputar a Presidência, poderia abrir mão de sua candidatura para compor chapa com Sérgio Moro, o governador paulista afirmou ao Estadão que pode estar no mesmo campo que o ex-juiz no ano que vem, mas não necessariamente na mesma candidatura.
Anteriormente, o tucano havia prometido que escolheria uma mulher para ser sua vice caso vencesse as prévias, mas não deu detalhes sobre quem seria.
O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seu vice, Hamilton Mourão, já demonstram não caminhar juntos há algum tempo, sendo que o mandatário chegou inclusive a excluir o vice de eventos oficiais. Descartando a presença do general em sua chapa para tentar a reeleição, o nome de outro militar tem sido cogitado para ocupar a cadeira de vice: o general Walter Braga Netto, atual ministro da Defesa. Entretanto, a possibilidade é considerada remota nos bastidores do governo, dado que a disputa promete ser acirrada e o ministro não tem projeção política para atrair votos para a chapa.
Por outro lado, após a aprovação de André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal (STF), evangélicos agora reivindicam ter a vaga de vice na chapa do presidente à reeleição. Nos últimos meses, Bolsonaro e sua família têm se reaproximado do público religioso conservador, que foi crucial para a eleição do presidente em 2018.
A vaga de vice na chapa do ex-juiz segue sem tratativas públicas avançadas. Moro tem sido questionado se ele mesmo não aceitaria ser vice em outra candidatura. O jurista, porém, diz acreditar na liderança de sua chapa e sinaliza não abrir mão de disputar a Presidência.
O pré-candidato do PDT chegou a “convidar” Lula para sua vice no início do ano. Isso, porém, foi antes de o político cearense anunciar sua ruptura definitiva com o PT durante entrevista ao Estadão Notícias.
Em outubro, Ciro se encontrou com o apresentador José Luiz Datena para discutir alianças. O apresentador havia sinalizado que gostaria de concorrer à Presidência pelo PSL, mas que aceitaria ser vice do pedetista. Posteriormente, porém, Datena passou a estudar migrar para o PSD para tentar uma vaga no Senado.
Davi Medeiros/Estadão Conteúdo
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