João Leão vira único entrave para formação da chapa de Wagner
Foto: Leandro Dvorak/Arquivo/Divulgação/João Leão |
Nesta semana, em entrevista à rádio Metrópole, Otto confirmou que irá disputar novamente para senador, desistindo, portanto, de ser candidato a governador. “Não precisa esperar mais para março, não. A minha pretensão é a candidatura à reeleição ao Senado Federal. Essa é a minha pretensão”, declarou o senador, que também é presidente do PSD na Bahia. Wagner já tinha dito, em março deste ano, que seria postulante ao Palácio de Ondina.
Dessa forma, só sobra a vaga de vice-governador. No entanto, Leão não pode ser candidato novamente, uma vez que já tem dois mandatos. Além disso, o seu filho, o deputado federal Cacá Leão (PP), também não por causa da lei eleitoral. Dois nomes são cogitados para ser indicado pelo PP: o ex-senador Roberto Muniz e o deputado federal Ronaldo Carletto. Dentro do PT, há uma resistência ao nome de Carletto por, segundo petistas, se posicionar “inteiramente contra as agendas progressistas, dos movimentos sociais e da classe trabalhadora” nas votações da Câmara dos Deputados. O parlamentar é próximo ao bolsonarismo.
Já Muniz é visto com bons olhos por, de acordo com petistas, ser um “bom interlocutor da classe empresarial”. Mas o grande ponto de interrogação na base governista é: “o que fazer com Leão?”. Já cogitou a possibilidade de o vice-governador ser candidato a deputado estadual e, se eleito, haver um acordo para ser presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA). Também já pensou na hipótese de Leão ser conselheiro do Tribunal de Contas. Entretanto, a proposta foi descartada uma vez que o pepista tem 75 anos, e idade máxima para ingressar na Corte é até 65 anos. A aposentadoria compulsória por idade é 75 anos.
Por enquanto, segundo aliados, Leão só tem colocado na mesa uma única alternativa: ser governador. O vice-governador quer que Rui Costa renuncie para que ele comande o Palácio de Ondina por oito meses. “João Leão governador. Bote isso na cabeça, com o apoio do PT”, tem dito ele. O PP, inclusive, até cederia o espaço na chapa Rui ser candidato a senador. Essa hipótese, todavia, é considerada descartada. Já que, conforme os governistas, Otto ameaça abandonar o grupo político, se Leão virar chefe estadual. Isso porque o senador temeria que Leão invadisse suas bases políticas ao assumir o governo da Bahia.
Rodrigo Daniel Silva/Tribuna da Bahia
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