Sistema Covax abre uma nova frente para acabar com a pandemia
Covax Facility recebe 300 mil doses da vacina Sinovac, da China, no aeroporto internacional de Phnom Penh, no CambojaFoto: Sovannara/Xinhua/Folhapress |
O sistema Covax, que fornece vacinas contra a Covid-19 a países pobres, pretende acabar com a pandemia este ano garantindo não só as doses, mas também sua distribuição e injeção.
O Covax é um mecanismo criado, antes que as vacinas estivessem disponíveis, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), a Gavi Alliance, a Unicef e a Coalizão para Inovações em Preparação para Epidemias (CEPI). Seu objetivo é garantir a distribuição equitativa de vacinas.
Em meados de janeiro, o mecanismo entregou sua bilionésima dose, uma conquista e uma decepção, pois o número é muito menor do que o inicialmente esperado.
“Em 2022, podemos ajudar a deter a Covid-19 adaptando a maneira como trabalhamos, garantindo que as doses sejam usadas rapidamente, injetadas com segurança e respondam às preferências e metas de cobertura do país”, disse Seth Berkley, diretor da Gavi Alliance, em um pedido de doações em 19 de janeiro.
NOVA ESTRATÉGIA
O Covax enfrentou obstáculos, como a estratégia dos países ricos de acumular todas as doses possíveis, além da longa proibição de exportação da Índia, onde se localizava sua principal fonte de fornecimento de vacinas.
Por isso, teve que depender de doações de países ricos. Mas isso também trouxe problemas, porque as doses estavam muito próximas da data de validade e as entregas eram muito pequenas ou muito irregulares para que as campanhas fossem eficazes.
Para este ano, o Covax precisa de US$ 5,2 bilhões nos próximos três meses para financiar as doses de 2022. São necessários US$ 3,7 bilhões para financiar um estoque de 600 milhões de doses e garantir o fornecimento.
Outros bilhões de dólares serão destinados a ajudar os países pobres a preparar e distribuir vacinas para evitar o desperdício. E outros US$545 milhões de dólares para cobrir despesas como transporte, seringas e seguro.
“O que não temos hoje são os recursos para ajudar os países a se adaptarem aos novos níveis de desafio que a covid-19 criará em 2022”, disse Berkley, referindo-se à chegada de novas vacinas adaptadas às variantes à medida que surgem.
OBJETIVO AMBICIOSO
O Covax, que estima que pode salvar um milhão de vidas este ano e reduzir pela metade o custo econômico da pandemia em alguns países, afirma que tem acesso a doses suficientes para vacinar cerca de 45% da população nos 91 países que se beneficiam de doações.
Mas a meta da OMS é que 70% da população de cada país esteja vacinada até julho de 2022.
Um horizonte ambicioso, considerando que 85% da população da África ainda não recebeu uma dose do soro antiviral. No ritmo atual, 109 países não atingirão a meta, segundo a OMS.
Seth Berkley espera que o próximo bilhão de doses seja entregue em quatro a cinco meses e não em um ano, como foram as primeiras.
Richard Hatchett, diretor do CEPI, ressalta que o objetivo também é ajudar os países carentes a organizar campanhas de vacinação em massa.
“A última etapa [entre a entrega e a injeção] será o principal desafio para 2022”, disse ele em um colóquio do Fórum Econômico Mundial. Espera-se que até 25 países precisem de ajuda nesta área.
Em pouco mais de um ano, um total de 9,8 bilhões de doses foram injetadas. Nos países pobres, 82% deles foram administrados graças ao sistema Covax.
Folhapress
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