As consequências da vitória da esquerda no Chile
© Rodrigo Garrido/Reuters |
Orgulhoso de suas tatuagens, Gabriel Boric liderou uma coalizão que inclui comunistas abertamente. Ele promete acabar com o sistema de previdência privada do país, aumentar impostos, abrir uma empresa estatal de mineração de lítio, cancelar dívidas estudantis, tornar grátis o ensino superior e lutar vigorosamente contra a mudança climática. Os direitos de propriedade serão pisoteados. Existem duas lições importantes aqui.
Em primeiro lugar, a eleição dele levará mais turbulência para as Américas do Sul e Central. Infelizmente, as panaceias defendidas por Gabriel Boric vão sufocar a economia, inflamando ainda mais a insatisfação popular. A vitória dele, porém, incentivará forças semelhantes em outros países latinos.
As consequências políticas e econômicas disso abrirão uma grande oportunidade para a China e a Rússia. O México tem um presidente socialista, Andrés Manuel López Obrador, popularmente conhecido por suas iniciais: AMLO. Ele terá mais incentivo para estender o controle do governo sobre uma economia já problemática, sobretudo o setor de petróleo.
Além disso, está trabalhando para controlar o sistema judiciário do país, a fim de reduzir as restrições a seu poder. Os problemas econômicos decorrentes fortalecerão os cartéis de drogas, sem mencionar o aumento do número de pessoas que tentam entrar nos Estados Unidos.
A segunda lição é que os líderes não podem se acomodar por causa do sucesso do passado. O Chile foi um milagre econômico, mas, durante anos, os políticos, em especial os que se consideram de direita, não deram continuidade às reformas pró-crescimento. Os impostos, por exemplo, são elevados demais. A alíquota mais alta do imposto de renda dos chilenos supera a dos EUA. O mesmo vale para o imposto de pessoa jurídica. Os impostos da previdência social são 60% mais altos do que os norte-americanos, e há um tributo nacional de 19% sobre as vendas.
O Chile deveria ter seguido o exemplo de lugares como Singapura, baixando os impostos para estimular um crescimento econômico robusto. Também deveria ter adotado um sistema de saúde semelhante ao de Singapura, totalmente acessível e com cobertura universal. Infelizmente, com a eleição no Chile, os países ao sul dos Estados Unidos continuarão a seguir políticas que são bem melhores em promover a pobreza do que a prosperidade.
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