Enquanto jornal aponta ‘LulaNeto’ na Bahia, PT e União Brasil baianos trocam farpas pelas redes
Foto: Montagem/Política Liv |
Também na tarde desta Quarta-feira de Cinzas (2), uma postagem do deputado Elmar Nascimento (União Brasil) – em que aparecem também os correligionários Paulo Azi, Leur Lomanto Júnior e o próprio Neto – o parlamentar ironiza a indefinição na chapa adversária, ao mesmo tempo em que se refere ao ex-prefeito da capital como “futuro governador”.
Na postagem do PT baiano, na conta do Instagram, são postas duas imagens de ACM Neto: na primeira uma reprodução do título de uma matéria ao site Metro 1 no qual é destacada a fala do ex-prefeito em que ele afirma sua independência; logo abaixo, uma foto de Neto, ainda prefeito, aos risos em encontro com Jair Bolsonaro (PL). Na legenda, a ironia: “Eu conto ou você conta? Presidente do maior partido da base de sustentação do Governo Federal, ACM Neto e Bolsonaro são farinha do mesmo saco”.
Também nesta Quarta-feira de Cinzas, em Arataca, o governador Rui Costa (PT), que deve ser candidato ao Senado, tendo como candidato ao governo o senador Otto Alencar (PSD), fez crítica forte a Neto, embora não tenha citado nominalmente o pré-candidato do União Brasil ao governo: “não tenho família que tem rede de TV para ficar falando meu nome de manhã, de tarde e de noite”. Rui quis contrapor sua origem humilde em uma favela da Liberdade, com pais humildes, à de Neto, cuja família é proprietária da Rede Bahia de Comunicação.
Na citada postagem de Elmar, o parlamentar apontou a diferença entre o grupo de Neto e o grupo liderado pelo PT, mas também com a mesma tática de não mencionar os adversários nominalmente. “Aqui tem projeto, tem liderança e a certeza de que a Bahia pode mais! Enquanto alguns grupos políticos representam a dúvida, nós seguimos firmes no compromisso de trabalhar pelo povo baiano”, escreveu Elmar, numa ironia sutil referente ao imbróglio na chapa governista que seria encabeçada por Jaques Wagner, mas agora, após a desistência do petista, pode ter Otto na cabeça – hipótese mais provável – ou o lançamento de uma candidatura própria do PT alternativa á de Wagner.
Palanque fechado
Na reportagem do Valor Econômico, é mencionado que um interlocutor de Neto salientou que Neto deve ter votos tanto de eleitores de Lula quanto do atual presidente da República. Esta possibilidade de receber votos de todos principais presidenciáveis, inclusive os da chamada terceira via – Ciro Gomes (PDT), Sérgio Moro (Podemos) ou da dupla do PSDB, Eduardo Leite e João Dória – seria a chave para que Neto decidisse não dar palanque a nenhum presidenciável, a menos no primeiro turno.
O interlocutor de Neto citado pelo Valor disse ainda que um dos motivos da desistência de Wagner seria a decisão do governador Rui Costa de disputar uma vaga no Senado – dois petistas na majoritária racharia a ampla aliança que o PT formou na Bahia. A mesma fonte ligada ao ex-prefeito avalia que Otto, provável adversário ao governo, tem “densidade política”, mas “baixa densidade eleitoral”.
Quanto a João Roma, ministro da Cidadania que deve ser candidato ao governo para garantir um palanque para Bolsonaro, avalia que seja uma “barreira de proteção” para Neto diante das acusações de petistas que o acusam de ser aliado do presidente. O interlocutor diz, porém, que espera uma disputa acirrada no pleito de outubro.
Davi Lemos
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