Em oposição a Rui e Wagner, bases petistas lançam “Movimento por candidatura própria do PT” em plenária

Foto: Divulgação/Arquivv

Indignadas com as informações de que o governo já teria feito maioria para aprovar o apoio à candidatura ao governo do senador Otto Alencar (PSD) na executiva estadual do PT, correntes e militantes da legenda que se auto-declaram independentes decidiram lançar mão de um ato político cujo objetivo é assegurar exatamente o contrário: o lançamento de uma candidatura própria pelo partido.

Trata-se de uma plenária, com a presença de diretórios municipais, militantes, correntes e parlamentares contrários à ideia de o PT abrir mão da cabeça de chapa nestas eleições em favor do aliado do PSD, que será realizada nesta segunda-feira, em caráter híbrido (online e presencial), a partir das 18h30, na sede do Sindprev, no bairro de Nazaré.

“Todos/as/es pela candidatura própria do PT! Se você quer candidato/a do nosso partido, tá na hora de sair da inércia. Venha para a Plenária Popular nesta segunda-feira (7),às 18h30, no SINDPREV. ( R. Eng. Silva Lima,Nazaré). Nossa plenária será híbrida (presencial e on-line). Vem!”, diz o card com que os petistas estão divulgando o chamado “Movimento pela candidatura do PT”.

Participam da articulação do evento as correntes Articulação de Esquerda, Avante, ManifestA ColetivA, Núcleo Popular, O Trabalho, PT da Saúde e Quilombo Socialista. O ex-presidente do PT em Salvador Ademário Costa, um dos articuladores do encontro, diz que considerar que o partido já decidiu o que fazer na sucessão e em favor de uma candidatura de outro partido é um engano.

“O PT quer discutir o que fazer na sucessão levando em conta seu legado de quase 16 anos na gestão do Estado da Bahia com índices elevados de aprovação por parte da população”, afirma Ademário, observando que sequer os aliados têm exigido liderar a chapa do grupo ao governo, como mostra a demora na definição das posições, o que significa que os principais quadros do partido simplesmente resolveram abrir mão do projeto petista sem consultar as bases.

Considerada uma instância basicamente política do PT, sem caráter decisório, a plenária é usada normalmente na agremiação para dirimir dúvidas em relação a estratégias e mesmo influir nas decisões de colegiados, como a executiva estadual, onde têm assento apenas os representantes da legenda em número de 28 membros.

Ademário destaca que o “Movimento” não tem nada contra a candidatura de Otto, considerado um quadro aliado do mais alto nível e preparo pelo PT baiano e nacional, como enfatiza, mas visa atender decisões partidárias tomadas há mais de dois anos, no sentido de que o partido teria candidato próprio ao governo e que o nome mais adequado para representar a legenda seria o do senador Jaques Wagner, com o seu consentimento público.

Pessoalmente, Ademário, aliás, defende que o candidato do PT ao governo seja Wagner, que abriu mão da disputa em favor do nome de Otto, depois que o governador Rui Costa (PT) manifestou interesse em concorrer ao Senado, uma condição que, desde o princípio, o ex-governador petista disse que não aceitava para disutar a sucessão estadual.

Política Livre

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