Leonelli diz que Rui “repete Wagner” ao escolher Jerônimo como sucessor e avisa: “A história pode não se repetir”
Foto: Divulgação |
O ex-deputado Domingos Leonelli (PSB) avalia que o governador Rui Costa (PT) repetiu a estratégia do ex-governador Jaques Wagner (PT) ao escolher Jerônimo Rodrigues para disputar a sucessão. Na eleição de 2014, Wagner fez o mesmo movimento com o próprio Rui, que foi secretário à época.
“Oito anos depois de Wagner ter tirado Rui Costa do bolso do seu colete, Rui escolhe do mesmo jeito Jeronimo Rodrigues como candidato ao governo da Bahia. O PT ensaiou uma cena democrática com três nomes com Jerônimo, Moema e Luiz Caetano, mas o pano caiu rápido. Em 2014, Rui apesar de ser um deputado bem votado era praticamente um desconhecido do grande publico. Jeronimo em 2022 goza de muita simpatia no mundo politico, graças à sua afabilidade e simpatia. Mas é igualmente desconhecido”, diz Leonelli em texto publicado no Facebook.
“Parece que os governadores, prefeitos e presidentes não resistem a testar sua força e popularidade elegendo seus auxiliares desconhecidos ao invés de em quatro ou oito anos prepararem seus sucessores. Talvez na esperança que esses sucessores lhes sejam eternamente gratos. Foi assim com Lula e Dilma, Eduardo Campos com Paulo Câmara, em Pernambuco, Ricardo Coutinho e João Azevedo na Paraíba e muitos outros. Nem sempre dá certo. A tinta na caneta é um poderoso afrodisíaco do poder”, acrescenta.
De acordo com o socialista, “a história pode não se repetir” em 2022 na Bahia. “Já temos 16 anos de PT no governo com muitos sucessos e algumas áreas de desgaste. Temos uma candidatura de oposição que une o passado de força politica conservadora com uma áurea de modernidade e eficiência administrativa na capital do Estado. E temos uma eleição nacional que opõe democracia ao proto-fascismo, não dando muito espaço ao debate sobre projetos nacionais de desenvolvimento”, pontua.
Leonelli prevê ainda que ACM Neto (União Brasil), se conseguir se eleger governador da Bahia, deve se aliar ao vencedor na disputa pela Presidência da República. “Como esse quadro dicotômico vai se refletir na Bahia é a primeira questão a ser colocada. Ao que tudo indica ACM Neto não vai se engajar na campanha de Bolsonaro, ficando no terreno da direita democrática. Mas tal como o Centrão o carlismo, desde ACM avô, tende a arranjar um jeito de se aliar ao vencedor no plano nacional. Por sua vez Lula não tem o hábito de rejeitar apoios. Rui terá que se virar nos 13 para repetir inteiramente Wagner em 2014 e dar a vitória a Jerônimo em 2022”, diz.
Guilherme Reis
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