Após delegado isentar Bolsonaro, Moraes manda PGR se manifestar sobre suposta interferência na PF

Foto: Nelson Jr./STF/Arquivo/O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu prazo nesta quarta-feira, 27, para a Procuradoria-Geral da República (PGR) dizer se vai denunciar o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) no inquérito sobre interferência política na Polícia Federal (PF) ou se vai pedir o arquivamento da investigação. A PGR ainda pode solicitar mais diligências antes de apresentar seu parecer.

“Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República, para manifestação”, escreveu o ministro.

Em relatório entregue no mês passado, o delegado federal Leopoldo Soares Lacerda concluiu que Bolsonaro agiu dentro dos limites de suas atribuições ao promover trocas em postos de comando da Polícia Federal. Ele afirmou não ter encontrado provas de que as mudanças tenham afetado investigações. O documento também eximiu Moro do crime de falsa imputação de delito.

O inquérito foi aberto em abril de 2020, a pedido da PGR, depois que o ex-ministro deixou o governo acusando o presidente de tentar trocar o diretor-geral da Polícia Federal para blindar aliados de investigações. Em depoimento, o ex-juiz afirmou que a mudança no comando da PF teria sido solicitada por Bolsonaro porque o presidente ‘precisava de pessoas de sua confiança, para que pudesse interagir, telefonar e obter relatórios de inteligência’.

Bolsonaro admitiu aos policiais federais que pediu trocas na diretoria-geral e nas superintendências e disse que o ex-ministro da Justiça condicionou as substituições a uma vaga no STF. O presidente também afirmou que viu necessidade em mudar a chefia da PF para ter ‘maior interação’.
Estadão Conteúdo

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