Temer vê presidencialismo ‘esfarrapado’ e defende candidatura de Simone Tebet
O ex-presidente Michel Temer (MDB) |
“Ao meu modo de ver, o presidencialismo no Brasil está esfarrapado. Quando há um impedimento, há um trauma institucional”, afirmou Temer. “Cada impedimento gera também uma crise. Então, digo eu, nós precisamos modificar o sistema de governo. Essa é a grande reforma política no País. E, hoje, eu trabalho muito pelo semipresidencialismo”.
Temer integra o conselho de juristas que assessora o grupo de trabalho criado no Congresso para discutir a adoção do semipresidencialismo, sistema de governo que dá mais poderes ao Legislativo. O debate foi encampado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
Na CNI, Temer insistiu que seu partido continua disposto a bancar a candidatura de Simone Tebet à Presidência da República. “Pessoalmente, acho que ela vai crescer na pesquisa. Nós temos abril, maio, junho, julho, muito tempo pela frente. Acho que o desempenho que ela está tendo, o empenho, o desembaraço vai fazer com que ela cresça na pesquisa”, afirmou a jornalistas. “Eu tenho falado muito com o presidente (do MDB) Baleia Rossi e outros companheiros do MDB. A ideia é exatamente esta: levar (a candidatura) até o fim.”
Nos últimos dias, com a saída do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro (União Brasil) da corrida pela Presidência e a briga interna no PSDB entre o ex-governador de São Paulo João Doria e o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite, cresceu a percepção no mundo político de que Simone Tebet pode liderar a chamada terceira via. Esse grupo tenta furar a polarização entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL), que lideram as pesquisas de intenção de voto para o Planalto.
Questionado sobre a possibilidade de as alianças de seu partido inviabilizarem a candidatura da senadora, Temer desconversou. “Isso é tradicional do MDB. Os partidos, na verdade, são muito mais regionais do que nacionais, porque isso não acontece apenas com o MDB”, disse o ex-presidente. “Muitos lá, em função dos interesses locais, apoiam A, B ou C. É claro, a gente fala muito sobre reforma política, e o ideal seria caminhar para um sistema em que os partidos realmente representassem uma parcela da opinião pública e, portanto, estivessem unidos em todas as suas teses, seja no plano federal, seja no plano estadual ou municipal. Mas, lamentavelmente, não é isso que tem acontecido”, afirmou.
Estadão Conteúdo
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