Ganho da Petrobras com petróleo caro compensa perda com trava nos combustíveis, diz banco
Mas, para analistas do banco Goldman Sachs, mesmo que as cotações internacionais voltem a subir e as defasagens aumentem, o lucro da estatal com a venda de petróleo compensa a perda de receita com a venda de combustíveis abaixo da paridade.
A empresa terá, porém, perdas de até US$ 1 bilhão (R$ 4,8 bilhões) por ano se tiver que importar produtos mais caros para cobrir o déficit do mercado brasileiro sem reajustes para acompanhar eventual alta das cotações internacionais.
“O ganho de Ebitda [indicador que mede a geração de caixa de uma companhia] da área de exploração e produção mais do que compensa as menores margens de refino caso os preços da gasolina e do diesel continuem nos níveis atuais”, dizem os analistas Bruno Amorim, João Frizo e Guilherme Costa Martins.
Eles estimam que cada US$ 10 (R$ 48) de alta no petróleo garantem à Petrobras efeito positivo de US$ 2 bilhões (R$ 9,6 bilhões) no Ebitda da companhia, mesmo sem aumentos nos preços da gasolina e do diesel. No fluxo de caixa, o efeito positivo é de US$ 1,3 bilhão (R$ 6,1 bilhões).
Segundo suas projeções, a área de refino da Petrobras passa a ter Ebitda negativo com petróleo a US$ 130 (R$ 624) por barril. Ainda assim, o ganho da área de exploração e produção ajudaria a elevar o Ebitda total da empresa.
Mesmo com o aumento das margens de refino internacionais, os impactos são limitados dentro das projeções de preços, dizem os analistas, considerando que a Petrobras não terá a obrigação de importar para suprir a parcela de mercado que o refino nacional não consegue atender.
A viabilidade das importações é um dos argumentos usados pela direção da Petrobras e pelo setor de combustíveis em defesa de preços alinhados às cotações internacionais. Eles alegam que importadores privados deixam de atuar com defasagens elevadas, o que gera riscos ao suprimento.
Para os analistas do Goldman Sachs, o estatuto da Petrobras e a Lei das Estatais reduzem as chances de que a empresa atue com prejuízo nas importações de combustíveis. Mas, se tiver que fazê-lo sem repasses ao preço final, passará a ter perdas bilionárias.
A conta dos analistas considera que os descontos nos preços internos ficariam no patamar médio deste ano, de 11% para o diesel e 15% para a gasolina.
Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), porém, hoje o preço do diesel está alinhado com a cotação internacional e, no caso da gasolina, o desconto é de 6%. A queda das defasagens reflete a valorização do real frente ao dólar e o recuo das cotações internacionais.
A possibilidade de trava nos preços dos combustíveis ganhou força nas últimas semanas, primeiro com a mudança no comando do MME (Ministério de Minas e Energia) e, depois, com a demissão de José Mauro Coelho da presidência da estatal.
A menos de cinco meses das eleições, o assunto passou a ser debatido de forma mais aberta no governo, que vê impactos negativos da alta na avaliação do presidente Jair Bolsonaro (PL). A Folha ouviu de membros do alto escalão que há ao menos duas medidas em estudo.
Uma delas estabeleceria faixas para o preço internacional do petróleo –e, caso o preço do barril varie dentro dos valores delimitados, a empresa não poderia fazer reajustes. Outra ideia citada é de um intervalo mínimo de cem dias para os reajustes.
Para mudar sua política de preços, porém, a estatal precisa alterar seu estatuto, que determina compensação financeira do governo em caso de operações deficitárias para apoiar políticas públicas ou perdas operacionais, como os relativos à venda de combustíveis.
Nicola Pamplona, Folhapress/ Foto: André Motta de Souza/Agência Petrobras/Arquivo
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