"Não sabemos o que nos espera", diz diretor-geral da OMS sobre Covid-19
A Organização Mundial da Saúde anunciou, nesta quarta-feira (4), que duas novas subvariantes da ômicron são responsáveis pela nova onda da contaminações na África do Sul, mas não há informações sobre o potencial da BA.4 e da BA.5 para provocar casos graves. A OMS também divulgou, nesta quinta-feira (5), novos dados sobre as mortes provocadas pela pandemia.
As duas novas subvariantes foram descobertas pelos mesmos cientistas sul-africanos que identificaram a ômicron no fim do ano passado, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, em uma coletiva de imprensa.
"Ainda é cedo para saber se elas podem causar formas mais graves da doença se comparada às outras cepas da ômicron", declarou. De acordo com ele, os primeiros dados sugerem que as vacinas disponíveis contra a Covid-19 agem contra as duas subvariantes e protegem contra o risco de hospitalização e morte.
A África do Sul é, oficialmente, o país mais atingido pela epidemia e enfrenta atualmente uma nova onda de contaminações. Em março, o país chegou a ficar 48 horas sem registrar mortes pela doença, o que não ocorria desde 2020.
Em abril, o presidente Cyril Ramaphosa anunciou a retirada de todas as restrições. No total, foram registrados na África do Sul, desde o início da epidemia, mais de 3,8 milhões de casos e 100.350 mortes.
A Organização Mundial da Saúde registrou mais de 6,2 milhões de mortes no mundo desde o início da pandemia, mas esse cômputo está aquém da realidade, estimam especialistas. "A melhor maneira de proteger a população continua sendo a vacinação, assim como a adoção de medidas sociais e de saúde pública, que se mostraram eficazes", lembrou o representante da OMS.
"Em termos mundiais, o número de casos e de mortes relacionadas à Covid-19 continua diminuindo e estão em seu nível mais baixo desde março de 2020", declarou. Em nível regional, a OMS constatou um aumento dos casos nos continentes africano e americano, provocado pelas subvariantes da ômicron.
OMS lamenta que testes não sejam mais sistemáticos
O diretor-geral da OMS lamentou a redução do número de testes em alguns países, o que impede de acompanhar a evolução do vírus e obriga a organização a gerenciar a epidemia sem ter uma noção minimamente aproximada do número de casos.
"As subvariantes BA.4 et BA.5 foram identificadas porque a África do Sul sempre efetua o sequenciamento do vírus, o que outros países deixaram de fazer", acrescentou. "Em inúmeros países, não temos como saber se o vírus está sofrendo mutações. Não sabemos o que nos espera", lembrou.
Nesta quinta-feira (5), a Organização divulgou novos dados sobre a pandemia, que mostram que a Covid-19 matou, até o fim de 2021, entre 13 e 17 milhões de pessoas no mundo - bem mais do que havia sido estimado até agora. A maior parte dos óbitos foi registrada no sudeste da Ásia, na Europa e no continente americano.
País derruba obrigatoriedade da máscara na escola
A África do Sul derrubou na quinta-feira a obrigatoriedade do porte da máscara para as crianças na escola, apesar da alta atual do número de contaminações. O acessório continua sendo obrigatório em locais públicos fechados, de acordo com o Ministério da Saúde.
O governo também continua promovendo a vacinação. "A única maneira de nos proteger e de proteger as pessoas mais próximas contra a pandemia e a nova alta de casos positivos é incitar à vacinação e aderir às medidas preventivas o tempo todo", ressaltou o Ministério em um comunicado.
Atualmente, menos de 45% da população adulta foi totalmente vacinada na África do Sul.
(Com informações da AFP)
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