Defesa pede reunião com TSE para ‘dirimir divergências técnicas’ sobre eleições

O ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, pediu o agendamento de uma reunião entre “equipes técnicas” ao presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin.

O militar afirmou, em ofício assinado nesta quarta-feira (15), que a ideia é ” dirimir eventuais divergências técnicas” no debate sobre as eleições.

Na segunda-feira (13), Fachin pediu “diálogo institucional” com os militares.

Depois de 25 anos de silêncio sobre as urnas eletrônicas, as Forças Armadas enviaram desde o fim de 2021 mais de 80 questionamentos, além de sete sugestões de mudanças nas regras das eleições.

Patrocinada pela própria corte eleitoral, a entrada dos militares no debate sobre as urnas eletrônicas deu munição para o presidente Jair Bolsonaro promover ataques ao processo eleitoral.

Os militares passaram a integrar a CTE (Comissão de Transparência das Eleições) em 2021, a convite do então ministro do TSE, Luís Roberto Barroso. O convite, porém, ampliou a margem de ataques de Bolsonaro ao sistema eleitoral e é visto como erro por parte dos ministros do TSE.

“Pretende-se, com esse encontro, dirimir eventuais divergências técnicas surgidas nos trabalhos da CTE e discutir as propostas apresentadas pelas Forças Armadas”, escreveu Nogueira a Fachin.

A próxima reunião de todos os membros da CTE está agendada para o dia 20 de junho.

“A manutenção do diálogo ora em comento é um importante instrumento para a construção de soluções que contribuam para o ambiente de paz e de tranquilidade da sociedade brasileira”, escreveu ainda o general.

No último dia 10, a Defesa reforçou as suas propostas ao TSE no momento em que Bolsonaro amplia os questionamentos ao processo eleitoral e faz insinuações golpistas. Nogueira disse que os militares se sentem desprestigiados na discussão sobre o pleito.

Na reação mais forte ao discurso golpista de Bolsonaro e aos questionamentos das Forças Armadas, o ministro Fachin, declarou, em maio, que a eleição é assunto civil e de “forças desarmadas”.

Já na resposta mais recente dada aos militares, na segunda-feira (13), Fachin evitou escalar a crise.

O presidente do TSE não repetiu o argumento de que a eleição é assunto civil. Ele apenas afirmou que as Forças Armadas estão entre as entidades habilitadas para fiscalizar o pleito deste ano, conforme resolução da corte aprovada em dezembro de 2021.

Além das Forças Armadas, podem atuar em etapas de auditoria das eleições os partidos políticos, federações, coligações, a OAB, o Ministério Público, Congresso Nacional, STF, CGU, Polícia Federal, TCU, universidades entre outras entidades.

Mateus Vargas/Folhapress

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