Trump é passado e agora Biden é o presidente, afirma Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (9) que sua relação o ex-presidente Donald Trump é algo que ficou para trás.O brasileiro está em Los Angeles para a Cúpula das Américas e um encontro bilateral com o democrata Joe Biden —a primeira conversa dos dois desde que o americano chegou ao poder— e foi perguntado por jornalistas sobre a relação com o republicano. Bolsonaro sempre se disse fã de Trump, revelou a torcida por sua reeleição em 2020 e já ecoou o discurso fantasioso de que derrota dele se deveu a fraudes.
“Não vim aqui tratar desse assunto. Já é um passado. Vocês sabem que eu tive um excelente relacionamento com o presidente Trump. O presidente agora é Joe Biden, é com ele que eu converso, ele é o presidente e não se discute mais esse assunto”, afirmou Bolsonaro, na saída do hotel.
“Precisamos aprofundar nosso relacionamento. Serão oito anos com o presidente Biden.” A conta leva em consideração a reeleição de Bolsonaro no pleito brasileiro, no final do ano —o atual mandatário está em segundo lugar nas pesquisas, que mostram chances de o líder Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer em primeiro turno. O atual mandato de Biden vai até 2024, e Trump é cotado como possível candidato republicano para a disputa.
Bolsonaro disse ainda que não levou nenhum pedido específico ao democrata, mas que espera um encontro tranquilo. Nesta quinta (9), o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse a jornalistas americanos que Biden deve ignorar exigências feitas pelo líder brasileiro e falar sobre ambiente e eleições livres na reunião bilateral.
De acordo com o assessor, a pauta climática será “um tema importante da conversa […], especialmente em ações tangíveis para proteger a Amazônia”. Segundo Sullivan, não haverá temas proibidos.
A mensagem contradiz o acordo feito por emissários do presidente americano, que agiram depois de Bolsonaro se mostrar reticente em participar da Cúpula das Américas por não querer ser pressionado pelo democrata, com o qual não tem afinidade política. Diplomatas brasileiros afirmaram que mantinham a expectativa de que Biden evitasse atritos, com a reunião servindo para avançar pautas de interesse brasileiro, como a retirada de barreiras à importação do aço.
O democrata tem sofrido pressão de ativistas e de políticos de seu partido para cobrar Bolsonaro. O pleito ganhou força após o desaparecimento do jornalista inglês Dom Philips e do indigenista Bruno Araújo Pereira enquanto produziam uma reportagem na Amazônia.
Nesta quinta, aos jornalistas o presidente afirmou que as chances de encontrar Philips e Pereira “diminuem a cada dia”.
Bolsonaro, que fica em Los Angeles até esta sexta (10), quando parte para Orlando, onde terá eventos no sábado, disse também que negocia reuniões com outros líderes durante a Cúpula das Américas, mas não citou quais.
Rafael Balago, Folhapress
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