Total de eleitores cresce 6,2%, e 156 milhões poderão votar; alta de jovens é destaque.
O número de eleitores no Brasil cresceu 6,2% em relação a 2018, e o país chega neste ano a 156,4 milhões de pessoas aptas a votar, segundo dados apresentados nesta sexta-feira (15) pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
É o maior eleitorado da história brasileira, de acordo com o tribunal. Como comparação, em 2018 havia 147,3 milhões de pessoas que podiam votar e, quatro anos antes, 142,8 milhões.
Um dos dados que se sobressaem nas estatísticas liberadas pelo TSE é o avanço na quantidade de eleitores jovens, que têm 16 ou 17 anos, cujo voto é facultativo.
De acordo com a corte, o eleitorado dessa faixa etária cresceu mais de 50% em relação a 2018. Em relação a 2020, o número de adolescentes registrados no TSE cresceu 46%.
Segundo dados do tribunal, há atualmente 2,1 milhões adolescentes cadastrados, contra 1,4 milhão contabilizados em junho daquele ano.
De março a maio de 2022, quando teve fim o prazo para o cadastramento, cerca de 1 milhão de jovens procuraram a Justiça Eleitoral para tirar o título.
Os adolescentes são 2,9% da população e 1,4% do eleitorado. Os jovens de 16 e 17 anos que tiraram o título correspondem a 34,5% do total de brasileiros dessa faixa etária —maior proporção desde 2016, quando 40,3% dos adolescentes tinham título de eleitor.
O TSE atribuiu esse aumento às ações promovidas pela Justiça Eleitoral para que houvesse aumento do jovem eleitor.
Entidades que participaram dessas mobilizações comemoraram os dados do TSE.
“Este resultado expressivo demonstra a potência das juventudes brasileiras e seu poder de mobilização para transformar os desafios que enfrentamos em nosso país”, diz Mariana Resegue, coordenadora do Atlas das Juventudes, uma plataforma de dados sobre os jovens brasileiros.
Os jovens, afirma Resegue, “são sujeitos de direitos e vivenciam constantemente os principais problemas sociais de nosso país”.
Do total de eleitores que podem votar neste ano, 52,6% são mulheres, que são mais de 82 milhões de eleitoras.
Os dados não são positivos para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) à reeleição, já que os jovens e as mulheres são duas parcelas do eleitorado em que o presidente precisa melhorar o seu desempenho.
Desde o começo do ano, o entorno do presidente tem procurado soluções para resolver esse problema, como uma maior participação da primeira-dama Michelle Bolsonaro em sua campanha.
A avaliação do núcleo que define a estratégia eleitoral de Bolsonaro era a de que Michelle é carismática e pode ajudar a humanizar a imagem do chefe do Executivo.
Em peça partidária do PL com o presidente neste ano, exibida na televisão, tanto os jovens como as mulheres tiveram destaque.
O presidente é o segundo lugar nas pesquisas de intenções de votos, atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo o TSE, outra mudança importante são os dados das pessoas que declararam ter ensino médio completo.
Atualmente, são 26,31% do total e representam a maior parcela do eleitorado, enquanto nas eleições de 2018 e de 2014, a maior faixa de eleitores era de pessoas com o ensino fundamental incompleto.
O maior colégio eleitoral brasileiro continua sendo o do estado de São Paulo, que representa 22,16% de todos os eleitores, mais de um quinto do total. Em seguida, aparecem Minas Gerais (10,4%) e Rio de Janeiro (8,2%).
Do outro lado, os três estados com menor eleitorado estão na região Norte, que corresponde a aproximadamente 8% dos eleitores: são Roraima (0,23%), Amapá (0,35%) e Acre (0,38%).
“Ao divulgar os dados e o perfil que compõe o eleitorado, o TSE cumpre uma de suas missões fundamentais que é organizar, preparar e realizar as eleições fundamentais para o Estado democrático de Direito e para a própria democracia”, disse o ministro Edson Fachin, presidente do TSE, em vídeo no qual comentava a divulgação dos dados pelo órgão.
José Marques/Flávia Faria/Folhapress
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