Eleições na Suécia: primeira-ministra reconhece vitória da extrema-direita e demite-se
Magdalena Andersson reconheceu, esta quarta-feira, a vitória da extrema-direita nas eleições legislativas da Suécia e demitiu-se do cargo de primeira-ministra.
Andersson reconheceu a derrota da esquerda e a vitória do bloco da direita e extrema-direita nas eleições realizadas no passado domingo, contada a quase totalidade dos votos.
Em consequência, a dirigente social-democrata anunciou, numa conferência de imprensa, a sua demissão, que será oficialmente apresentada na quinta-feira.
O bloco formado por três partidos de direita e o partido de extrema-direita Democratas da Suécia (SD) tem "uma pequena maioria, mas, no entanto, uma maioria", declarou Magdalena Andersson na conferência de imprensa, após um escrutínio bastante renhido.
“Por isso, pedirei amanhã [quinta-feira] para ser dispensada das minhas funções como primeira-ministra e essa responsabilidade será em seguida confiada ao presidente do Parlamento”, acrescentou a primeira-ministra demissionária.
Segundo resultados quase definitivos, incidindo em mais de 99% dos boletins de voto, a coligação formada pela direita e pela extrema-direita, liderada pelo conservador Ulf Kristersson, obterá 176 assentos parlamentares, contra 173 para o bloco de esquerda dirigido por Magdalena Andersson.
As eleições legislativas de domingo foram tão renhidas que foi preciso esperar pela contagem de algumas dezenas de milhares de votos esta quarta-feira para validar os resultados finais.
Esta quarta-feira à noite, pelas 19:45 locais (18:45 em Lisboa), faltava apenas contabilizar os boletins de algumas assembleias de voto, já insuficientes para alterar o resultado.
Que Governo se irá formar na Suécia?
Ricardo Alexandre, editor de internacional da TSF, diz que compreende a decisão da primeira-ministra sueca e aponta o possível cenário político após estas eleições.
A diferença entre os dois partidos poderá corresponder a três deputados, segundos os resultados avançados com 99% dos boletins de voto contabilizados. Magadalena Andersson abriu a porta a uma espécie de Governo de bloco central, mas, o mais provável, será que se forme um bloco de direita.
“Ela já abriu a porta à possibilidade de uma espécie de Governo bloco central, liderado pelos moderados, que tivesse em conta os Sociais-Democratas – o partido da atual primeira-ministra, agora demissionária”, explica Ricardo Alexandre, avançando que “isso não é o mais provável”.
Para o jornalista, “o mais provável” será a constituição de um “Governo minoritário” que será liderado pelo Partido Moderado de Ulf Kristersson “que vai governar com minoria, mas apoio parlamentar” dos Democratas Suecos, como foi avançado durante a campanha eleitoral, numa “espécie de geringonça à sueca e do lado direto”.
O crescimento do partido de extrema-direita na Suécia demonstra “o profundo descontentamento da sociedade sueca com a insegurança, muito atribuía à luta entre gangs violentos”, afirma Ricardo Alexandre, lembrando que este ano já morreram perto de 50 pessoas.
“Os suecos estão a valorizar bastante isso e a valorizar a narrativa deste partido da extrema-direita que liga essa violência entre grupos criminosos às comunidades imigrantes”, remata.
Além disso, o jornalista lembra ainda o “cordão sanitário” que foi imposto “por todo o espetro político da Suécia à uns anos a este partido não funcionou”. Segundo este “cordão sanitário”, os partidos chegaram a recusar-se a participar em debates políticos quando os Democratas Suecos estivessem presentes.
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