Campanha de Bolsonaro entrega ao TSE relatório em que alega que rádios deixaram de exibir inserções do presidente

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) novos documentos para sustentar a tese de que a chapa adversária, do petista Luiz Inácio Lula da Silva, teria um número maior de inserções em emissoras de rádio, especialmente nas regiões Norte e Nordeste.


Ao responder Moraes, a defesa do presidente alegou que havia apresentado um "estudo técnico parcial", porque não tinha encerrada a compilação em todas as regiões do país. Na nova petição, os advogados de Bolsonaro forneceram um link com o "banco de dados que balizou a análise" feita pela consultoria contratada pela campanha do candidato do PL.

Na resposta ao TSE, a defesa da campanha de Bolsonaro descreve a metodologia utilizada no levantamento com uma descrição do serviço prestado pela empresa. Sem detalhar como foi feita a coleta de dados, o documento aponta que foi criado um algoritmo que captura o áudio transmitido pelas rádios em tempo real na internet e compara com as inserções.

Os advogados do candidato do PL ainda alegam que em apenas uma semana a campanha de Lula teria tido um volume de 730 inserções a mais que a de Bolsonaro. Esse cálculo leva em consideração uma amostra que teria sido coletada em apenas oito rádios de Pernambuco e Bahia. A equipe jurídica do presidente também aponta que teria havido um suposto "excesso de veiculação em favor da Coligação adversária, que diversas vezes extrapolou o limite de 25 inserções diárias".

Procurada, a assessoria do candidato do PT não se manifestou. Procuradas, as rádios Rádio Bispa FM (Recife/PE), Rádio Povo (Feira De Santana/ BA), não retornaram o contato. O GLOBO não conseguiu contato com a Rádio Viva Voz (Várzea da Roça/BA).
  1. Edilson Oliveira, coordenador de programação da Rádio Clube FM de Santo Antônio de Jesus, na Bahia, afirmou que "na verdade, eu nem sabia que a rádio tinha sido citada. Mas nós seguimos rigorosamente o que a gente recebe de mapa de mídia do TSE. A gente não tem nenhum tipo de beneficiamento a nenhum tipo de beneficiamento de nenhum candidato. Isso em hipótese alguma. A gente segue rigorosamente o que determina o plano de mídia".
Os documentos foram encaminhados ao TSE, que ainda não respondeu à campanha de Bolsonaro nem se pronunciou à imprensa sobre o encaminhamento que será dado à alegações da equipe jurídica do presidente.

Ao analisar a primeira versão da denúncia apresentada ontem pela campanha de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes criticou e considerou "extremamente grave" a acusação feita pela campanha de Jair Bolsonaro de que haveria uma suposta "fraude" na distribuição das propagandas de rádio. O magistrado deu 24 horas para que a equipe jurídica do candidato do PL apresente "provas ou documentos sérios" que comprovem a alegação.
  1. "Tal fato é extremamente grave, pois a coligação requerente aponta suposta fraude eleitoral sem base documental alguma, o que, em tese, poderá caracterizar crime eleitoral dos autores, se constatada a motivação de tumultuar o pleito eleitoral em sua última semana", escreveu o ministro em sua decisão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comente esta matéria.