PP e União Brasil trabalham fusão, diz Arthur Lira
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), afirmou neste sábado (1) que o seu partido, o PP (Progressistas), trabalha para realizar uma fusão com a União Brasil, sigla criada em fevereiro a partir da junção de PSL e DEM.
Caso a fusão se concretize, a nova legenda deverá reunir a maior bancada de deputados federais tanto nesta como na próxima legislatura, que se inicia em fevereiro.
Isso aumentaria também as chances de Lira continuar no comando da Câmara mesmo em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Estamos trabalhando a fusão”, disse Lira, afirmando que a possível união nada tem a ver com a eleição presidencial.
Atualmente o PP integra a coligação de Jair Bolsonaro (PL). A União Brasil tem candidatura própria à Presidência, Soraya Thronicke, e é formado por quadros mais alinhados a Bolsonaro, embora haja interlocução com Lula.
Arthur Lira trabalha para tentar a reeleição ao comando da Câmara, em fevereiro. Sua vitória é dada como certa caso Bolsonaro se reeleja.
Na hipótese de vitória de Lula, o alagoano terá mais dificuldades e precisará reunir em torno de si um arco de apoio que resista à ofensiva de outros nomes na esquerda, ou, mais provavelmente, de siglas de centro e de direita que hoje atuam de forma mais independente ou que planejam aderir ao possível novo governo.
PP e União Brasil têm a mesma origem histórica, a Arena, o partido de sustentação da ditadura militar (1964-1985).
Atualmente os dois partidos reúnem 109 das 513 cadeiras da Câmara —o PP é a segunda maior bancada, com 58 deputados. A União tem 51 (quarta bancada).
Uma fusão PP-União dificilmente seria superada por um único partido isolado. A maior bancada hoje na Câmara é a do PL de Bolsonaro, que tem 76 cadeiras.
O acerto entre os dois partidos tende também a representar mais uma saia justa ao ex-juiz Sergio Moro, que disputa uma vaga de senador pela União Brasil do Paraná. A Lava Jato, cujo ex-magistrado é seu principal símbolo, teve como um de seus principais alvos justamente políticos do PP.
Ranier Bragon / Folha de São Paulo
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