Bolsonaro completa um mês sem motociata em meio à reclusão pós eleições

O presidente Jair Bolsonaro (PL) completa nesta terça-feira (29) um mês sem realizar motociatas —eventos que marcaram seu mandato antes da derrota para Lula (PT) nas eleições deste ano.

O mandatário tem se isolado no Palácio da Alvorada e se mantém recluso desde o resultado do segundo turno da disputa presidencial, no dia 30 de outubro. A última vez em que Bolsonaro esteve em uma manifestação e andou de moto com simpatizantes foi no dia 29 de outubro, em Belo Horizonte, na véspera da votação.

No pleito, Lula recebeu 50,9% dos votos válidos, e Bolsonaro, 49,1%.

As motociatas viraram uma marca ao longo da gestão. Bolsonaro percorreu diversas cidades do Brasil de moto, reunindo apoiadores em passeios em quase todas as semanas do período eleitoral. O presidente recebeu críticas de opositores por causa de gastos gerados nos estados diante da necessidade de organizar um sistema de segurança pelos locais onde passou.

Além das motociatas, aliados do presidente também organizaram mobilizações nas quais Bolsonaro andava com seus apoiadores de jegue, lancha e jet ski. Alguns desses eventos foram realizados em meio ao momento mais crítico da pandemia da Covid 19, gerando aglomerações —o presidente e seus apoiadores não usavam máscaras durante os passeios.

No sábado (26), Bolsonaro participou do seu primeiro evento público depois do segundo turno da eleição, uma cerimônia militar, mas permaneceu em silêncio. O chefe do Executivo deixou o isolamento do Palácio da Alvorada e foi à formatura de aspirantes a oficial-general na Aman (Academia Militar das Agulhas Negras) em Resende (RJ).

Além de não discursar no encerramento do evento, como tradicionalmente fez durante seu mandato, Bolsonaro também interagiu pouco com os demais convidados. O presidente compareceu apenas quatro vezes no Palácio do Planalto de um mês para cá. Ele também teve uma infecção bacteriana nas pernas, erisipela.

Bolsonaro tem recebido ministros e aliados mais próximos no Alvorada —seu ex-ministro da Defesa e candidato a vice na chapa, Braga Netto, tem sido presença constante no palácio.
Folhapress

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