Irã admite pela 1ª vez envio de drones militares à Rússia

O regime do Irã admitiu pela primeira vez neste sábado (5) ter fornecido drones militares à Rússia. Os equipamentos, que marcaram uma nova etapa da Guerra da Ucrânia, são usados pelas forças de Vladimir Putin principalmente contra alvos da infraestrutura civil no país invadido.

Segundo o ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir Abdolahian, os drones foram fornecidos em “número limitado” e antes do início do conflito, em fevereiro.

Nas últimas semanas, Kiev denunciou várias vezes o uso de drones kamikazes iranianos pelas forças russas. O equipamento é mais barato quando comparado a mísseis, mas menos preciso na determinação dos alvos —o que aumenta o risco para civis.

Teerã vinha negando o envio dos drones a Moscou, que, por sua vez, afirma que não tem usado essa arma nos campos de batalhas —a despeito das evidências.

Além de admitir o envio dos equipamentos ao país aliado, o chefe da diplomacia do Irã se disse disposto a examinar qualquer evidência de que drones fabricados no país tenham sido usados no conflito.

“Em uma conversa telefônica com o ministro das Relações Exteriores ucraniano na semana passada, concordamos que, se houvesse alguma evidência [do uso de drones iranianos por Moscou], ele nos encaminharia”, disse Amir Abdolahian. “Se o lado ucraniano cumprir sua promessa [de manter conversas com o Irã], poderemos levar em consideração suas evidências”.

Kiev afirmou que cerca de 400 drones iranianos foram usados contra a população ucraniana até agora e que Moscou havia encomendado cerca de 2.000. Em resposta, a União Europeia e o Reino Unido anunciaram novas sanções contra líderes do país, incluindo três generais e uma empresa de armas responsável por fornecer à Rússia drones kamikaze.

Folha de S. Paulo

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