ACM Neto aconselhou Paulo Azi a recusar sondagem para o Ministério das Comunicações

Mesmo sendo secretário-geral do diretório nacional do União Brasil e visitando constantemente Brasília, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto procurou se manter longe das conversas envolvendo a indicação do partido para o ministério do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O próprio comando da sigla só foi mais diretamente envolvido nas discussões, que ficaram a cargo dos deputados e senadores, nos últimos dias.

Este Política Livre apurou, no entanto, que o deputado federal Paulo Azi (União) pediu conselhos a ACM Neto quando foi sondado para assumir o Ministério das Comunicações, na quarta (28). Os dois são muito próximos, e têm uma ligação que Neto não possui com o deputado federal Elmar Nascimento (União), que recusou o convite para a pasta do Turismo.

Azi ouviu o conselho do ex-prefeito de Salvador e declinou a oferta. Elmar, que teve como conselheiro durante o processo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), recusou o convite porque queria o Ministério da Integração Nacional, mas o PT da Bahia vetou o nome do parlamentar baiano para essa pasta, por ser poderosa demais.

Elmar, que é líder do União Brasil na Câmara e relatou a PEC da Transição, foi o parlamentar baiano do partido cotado para ser ministro por mais tempo. Ele já era tido como certo na Integração Nacional até o senador Jaques Wagner (PT) se movimentar para convencer Lula a convidar o deputado para o Turismo, uma pasta com menos poder de fogo político e que, sabidamente, seria rejeitada.

ACM Neto, principal adversário do PT na Bahia, não articulou a favor de Elmar, mas também não o aconselhou a recusar participar do ministério, segundo apurou este Política Livre. Apesar de aliados e colegas de partido, os dois nunca foram tão próximos.

Por isso, o ex-prefeito sabia que, mesmo sendo contrário à participação de baianos no governo Lula, não poderia agir da mesma forma que fez com o deputado federal João Roma (PL) – os dois romperam após o parlamentar recusar o pedido público do compadre e líder político e aceitar a oferta do presidente Jair Bolsonaro (PL) para comandar a pasta da Cidadania.

No final das contas, numa articulação do senador David Alcolumbre (AP) e parte da bancada da sigla na Câmara, o União Brasil emplacou nesta quinta-feira (29) dois futuros ministros: Daniela do Waguinho (RJ) para o Turismo, pasta rejeitada por Elmar, e Juscelino Filho (MA) para as Comunicações, que havia sido ofertada a Paulo Azi.

Além disso, o futuro ministro da Integração Nacional, governador do Amapá Waldez Góes, que está trocando o PDT pelo União Brasil, foi indicado por Alcolumbre. Após esses movimentos, a bancada baiana do União Brasil não pretende aderir à base do governo, mas sim continuar independente.

Política Livre

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